São Paulo, terça-feira, 20 de agosto de 2002

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Para Wall Street, TV é chance de Serra

SÉRGIO DÁVILA
DE NOVA YORK

O mercado norte-americano aposta suas últimas fichas no início da propaganda eleitoral na TV hoje para a recuperação nas pesquisas eleitorais do candidato José Serra (PSDB). O governista ainda é o preferido de Wall Street, por se comprometer a manter a política econômica atual e Armínio Fraga no Banco Central.
A Merrill Lynch puxa o coro otimista. Em relatório enviado a seus investidores obtido pela Folha, a corretora de valores afirma: "Nossa confiança na vitória de Serra mantém nossa avaliação de "overweight" [acima do valor de mercado] para a Bolsa brasileira."
Assinado pelo estrategista de ações para América Latina, Robert Berges, e pelo economista-chefe para a região, Miguel Palomino, o relatório afirma: "Estamos convencidos de que o programa televisivo e o apoio aberto do presidente FHC, combinados a um foco mais negativo em relação à Ciro Gomes [PPS], deverão diminuir a dianteira deste até o final deste mês e no final levar Serra ao segundo turno e à Presidência".
Artigo de ontem do diário econômico "The Wall Street Journal" faz coro com a Merrill Lynch em relação à importância do horário gratuito: "A televisão tem papel central nesta jovem democracia, pois oito em cada dez dos 115 milhões de eleitores têm apenas educação primária, a circulação de todos os jornais beira os 9 milhões e, no entanto, há um aparelho de TV em virtualmente cada lar".
Dois outros fatores contribuíram para o "otimismo" de Wall Street: os encontros de FHC com os presidenciáveis e a possibilidade de José Alexandre Scheinkman vir a fazer parte da equipe econômica de Ciro. O mercado dos EUA vê o acadêmico da Universidade de Princeton como defensor da não-intervenção do Estado.



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