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Para Wall Street, TV é chance de Serra
SÉRGIO DÁVILA
DE NOVA YORK
O mercado norte-americano
aposta suas últimas fichas no início da propaganda eleitoral na TV
hoje para a recuperação nas pesquisas eleitorais do candidato José Serra (PSDB). O governista ainda é o preferido de Wall Street,
por se comprometer a manter a
política econômica atual e Armínio Fraga no Banco Central.
A Merrill Lynch puxa o coro otimista. Em relatório enviado a seus
investidores obtido pela Folha, a
corretora de valores afirma: "Nossa confiança na vitória de Serra
mantém nossa avaliação de "overweight" [acima do valor de mercado] para a Bolsa brasileira."
Assinado pelo estrategista de
ações para América Latina, Robert Berges, e pelo economista-chefe para a região, Miguel Palomino, o relatório afirma: "Estamos convencidos de que o programa televisivo e o apoio aberto
do presidente FHC, combinados a
um foco mais negativo em relação
à Ciro Gomes [PPS], deverão diminuir a dianteira deste até o final
deste mês e no final levar Serra ao
segundo turno e à Presidência".
Artigo de ontem do diário econômico "The Wall Street Journal"
faz coro com a Merrill Lynch em
relação à importância do horário
gratuito: "A televisão tem papel
central nesta jovem democracia,
pois oito em cada dez dos 115 milhões de eleitores têm apenas educação primária, a circulação de todos os jornais beira os 9 milhões e,
no entanto, há um aparelho de
TV em virtualmente cada lar".
Dois outros fatores contribuíram para o "otimismo" de Wall
Street: os encontros de FHC com
os presidenciáveis e a possibilidade de José Alexandre Scheinkman
vir a fazer parte da equipe econômica de Ciro. O mercado dos
EUA vê o acadêmico da Universidade de Princeton como defensor
da não-intervenção do Estado.
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