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Jobim vai "alinhar" o STF, diz Genoino
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Satisfeito com a decisão de anteontem do STF (Supremo Tribunal Federal), o presidente nacional do PT, José Genoino, elogiou a
atuação do presidente do tribunal, Nelson Jobim, e afirmou que
ele é "um homem de Estado" e
que sua presidência vai "colocar o
carro nos eixos".
"A presidência do Jobim vai colocar o carro nos eixos no STF.
(...) Ele é um homem de Estado,
tenho uma relação de respeito e
amizade com ele", afirmou Genoino. Ele negou, porém, que o
governo tenha negociado uma
"decisão política" com o tribunal,
como afirmou a oposição.
Jobim é considerado o ministro
mais político entre os 11 integrantes do STF. Ele já foi deputado federal e ministro da Justiça no governo FHC (1995-2002) e era acusado pelo PT, quando o partido
estava na oposição, de beneficiar
o governo tucano no Supremo.
"Ele estabeleceu bem a atitude
do Judiciário, que não será de
submissão aos demais Poderes,
mas que também não será de
substituição a eles", completou
Genoino. As palavras do presidente do PT reforçam a avaliação
de que o partido não aprovava a
atuação do antecessor de Jobim,
Maurício Corrêa, que teve divergências públicas com o presidente
Luiz Inácio Lula da Silva.
A recente boa relação entre governo e Supremo pôde ser constatada na semana passada, na Câmara. Com o aval do Palácio do
Planalto -e também da oposição-, a Casa aprovou três projetos que criam 354 cargos e funções comissionadas no STF e no
STJ (Superior Tribunal de Justiça), além de elevar a Gratificação
da Atividade Judiciária. Só essa
última medida elevará o gasto
deste ano com a folha de pagamento global da Justiça em 7%.
"Quem fez o que e quem negociou o que eu não sei, mas está claro que houve uma decisão política, o STF está usurpando as funções do Congresso, que é a Casa
negociadora", atacou o deputado
Alberto Goldman (SP), vice-líder
da bancada do PSDB na Câmara.
"A decisão mostra claramente
que o governo do PT traiu os
compromissos do passado com
os aposentados e os penalizou impiedosamente. A resposta dos
aposentados será dada nas urnas", contrapôs o presidente do
PFL, senador Jorge Bornhausen
(SC).
(RANIER BRAGON)
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