DA REPORTAGEM LOCAL

Uma pesquisa feita pela ONG Transparência Brasil mostra que, quanto mais pobre a região, menos informados sobre corrupção são seus habitantes.
A ONG acompanhou reportagens publicadas em 56 jornais diários de todos os Estados e do Distrito Federal durante um mês, entre os dias 14 de julho e o último dia 13 -foram 2.865 textos a respeito do tema. Constatou que o impacto do noticiário da corrupção sobre os habitantes de São Paulo, por exemplo, é 27 vezes maior que o impacto sobre o público de Sergipe e de Rondônia.
A Transparência Brasil calcula esse impacto considerando o número de exemplares impressos, os tamanhos das reportagens e a população das capitais ou regiões metropolitanas dos Estados.
O índice é de 28 em São Paulo, 27 no Rio de Janeiro e 17 no Distrito Federal. Na outra ponta, é de 1 em Sergipe e em Rondônia.
Os cinco Estados em que o noticiário de corrupção teve maior impacto sobre a população (SP, RJ, DF, RS e SC) concentra mais de 50% de todo o impacto nacional. Os cinco menos afetados pelas notícias (SE, RO, MS, RN e RR) respondem por apenas 4%.
A relação com a pobreza ou a riqueza das regiões foi feita considerando o PIB (Produtos Internos Brutos) de cada Estado.
Nos 30 dias pesquisados, os jornais de São Paulo publicaram 489 reportagens sobre corrupção e os do Rio, 326. Na outra ponta, os diários de Rondônia publicaram 20 e os de Mato Grosso do Sul, 21.
Mais de 85% dos casos de corrupção noticiados diziam respeito ao Executivo -15% referiam-se ao Legislativo e ao Judiciário.
A pesquisa ainda constatou que os leitores dos jornais de Goiás e de Mato Grosso do Sul deixaram de tomar conhecimento de metade dos casos de corrupção nesses Estados por omissão da imprensa local. A Transparência soube desses casos porque foram noticiados por jornais de outros Estados.
(RICARDO WESTIN)


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