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ELEIÇÕES 2006
Envolvidos em escândalos são usados para puxar votos
Acusados concorrem com números de fácil memorização
SILVIO NAVARRO
RANIER BRAGON
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Mesmo com os problemas
nas campanhas, alguns dos envolvidos nos mais recentes escândalos de corrupção ganharam distinção em seus partidos
para agir como "puxadores de
voto" na disputa pela Câmara.
Legendas como PP, PL, PTB,
PMDB, PFL e PT elegeram como os seus puxadores em vários Estados supostos "sanguessugas" e acusados de envolvimento com o mensalão.
O voto para deputado federal
se dará por meio de quatro algarismos. Os dois primeiros são
obrigatoriamente os da legenda. Os dois últimos são de livre
escolha. A "candidatura nobre", com a qual o partido sonha obter grande votação, é a
que faz dobradinha com a dezena da legenda -2222, por
exemplo, número distribuído
pelo PL, em diferentes Estados,
a seis deputados acusados de ligação com os sanguessugas.
João Caldas, que tem um depósito de R$ 6.000 na sua conta
feito pela Planam, empresa que
encabeça a fraude das ambulâncias, é o candidato 2222 em
Alagoas. Ele nega envolvimento com irregularidades (diz ter
mandado estornar o depósito).
Outros supostos envolvidos
com o esquema e que vão tentar a reeleição com o número
são Heleno Silva (SE), Júnior
Betão (AC), Amauri Gasques
(SP), Maurício Rabelo (TO) e
Wellington Roberto (PB).
O PL, por meio de sua assessoria, informou que a Executiva do partido não vai tomar iniciativa preliminar, sobre os
sanguessugas, antes do julgamento final dos casos.
O PP agraciou com o 1111 não
só supostos "sanguessugas"
mas também políticos contra
os quais pesam outras acusações. A maior esperança de votos da legenda é o ex-prefeito
Paulo Maluf, que ficou 40 dias
preso em 2005 acusado de intimidar uma testemunha.
Outra aposta de votos é Severino Cavalcanti, que concorre
pelo 1111 em Pernambuco. Ele
renunciou ao mandato e à presidência da Câmara por ser
acusado de receber um "mensalinho" de um concessionário
de restaurante da Casa.
O PP, também por meio de
sua assessoria, disse que o partido, no caso sanguessugas, vai
esperar o final das investigações para tomar medidas contra os filiados que são acusados.
Já o PFL afastou dos programas eleitorais os sete acusados
de integrar a fraude dos sanguessugas. O único deles que
concorrer com a chapa "dobradinha" é Laura Carneiro (RJ).
Já o PT, reservou o 1313 em
São Paulo para o seu ex-presidente José Genoino, que se
afastou do cargo após ser acusado de envolvimento no escândalo do mensalão.
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