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Comissão vai investigar senador do PSDB do MT
Antero Paes de Barros foi envolvido no
esquema sanguessuga por Luiz Vedoin
Em entrevista à revista
"Veja", o dono da Planam
diz que tucano pediu R$ 40
mil para apresentar emenda
de R$ 400 mil ao orçamento
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
DA AGÊNCIA FOLHA
A CPI dos Sanguessugas vai
investigar o suposto envolvimento do senador Antero Paes
de Barros (PSDB-MT) com o
esquema de desvio de recursos
públicos para a compra de ambulâncias superfaturadas.
Em entrevista à revista "Veja", o empresário Luiz Antônio
Vedoin envolveu o senador tucano, que é candidato ao governo de seu Estado, no esquema
dos sanguessugas. Ele nega
qualquer participação.
Segundo Luiz Vedoin, seu
pai, Darci Vedoin, conversou
pessoalmente com o senador,
que era então o líder da bancada de Mato Grosso.
"O acordo era para a totalidade das emendas da bancada,
que somavam R$ 3,8 milhões.
Antero apresentou R$ 400 mil
e tínhamos de dar R$ 40 mil de
comissão. Ele pediu para passarmos o dinheiro diretamente
para o [deputado] Lino Rossi
(PP-MT), que, naquele tempo,
era do mesmo partido que ele
(PSDB). Todos ali tinham consciência do que estava sendo feito", disse na entrevista.
O deputado Fernando Gabeira (PV-RJ) vai propor, na próxima terça-feira, que a CPI ouça Vedoin mais uma vez e, se ele
confirmar a acusação e for
"convincente", notifique Antero para apresentação da defesa.
"O que a gente estranha é que
o Vedoin foi ouvido durante
dias e só agora se lembrou do
Antero", disse o deputado Raul
Jungmann (PPS-PE), vice-presidente da comissão.
O sub-relator Carlos Sampaio (PSDB-SP) disse que a CPI
vai cruzar a informação dada
por Vedoin sobre Antero com o
livro-caixa de sua empresa, a
Planam, e com outros depoimentos, como o de Maria da
Penha Lino, ex-funcionária do
Ministério da Saúde.
Outro lado
O senador Antero Paes de
Barros disse ontem à Folha
que já se encontrou com o empresário Darci Vedoin, mas negou qualquer envolvimento
com a máfia dos sanguessugas.
Antero classificou as acusações feitas por Luiz Antonio
Vedoin de "eleitoreiras".
"Conversei várias vezes pessoalmente com o pai dele, mas
desse assunto [emendas] nunca tratamos."
O senador negou ter proposto emendas que beneficiassem
os Vedoin. "Se ele [Darci] tivesse me oferecido dinheiro, teria
mandado prendê-lo", declarou.
Antero Paes de Barros disse
que irá processar Luiz Antonio
Vedoin pelas declarações à revista "Veja" e que interpelará
judicialmente o deputado federal Lino Rossi (PP-MT). Para o
senador, o governador de Mato
Grosso, Blairo Maggi (PPS), está por trás das denúncias. "Eles
têm ligações antigas. O governo
Blairo Maggi ajudou a Planam
[empresa dos Vedoin] e os integrantes da quadrilha são aliados do governador."
O secretário-chefe da Casa
Civil do governo de Mato Grosso, Antonio Kato, disse que
nunca houve contato entre representantes da Planam e o governo do Estado.
A Folha procurou o deputado Lino Rossi ontem, mas não
conseguiu contatá-lo.
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