|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
MST fica indignado com as declarações
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) reagiu às declarações do presidente
Fernando Henrique Cardoso com
indignação.
"Nós não estamos pedindo esmola ou aposentadoria ao governo. Esse dinheiro vai voltar para o
Tesouro", reagiu Gilberto Portes,
da direção nacional do MST.
Portes disse que a liberação de
R$ 2.000 para as famílias assentadas mais carentes não seria "jogar
dinheiro fora, mas um investimento na viabilização da produção (de alimentos)".
"Os milhares de trabalhadores
rurais beneficiados não se tornariam desempregados disputando
comida nas cidades futuramente", afirmou o líder dos sem-terra.
O presidente da CPT (Comissão
Pastoral da Terra), dom Tomás
Balduíno, considerou "uma ofensa" a comparação entre os sem-terra e os funcionários públicos.
"O presidente não deveria falar
nesses termos e achar que o trabalhador rural é um parasita ou coisa semelhante", disse o bispo.
A CPT é um organismo da Igreja Católica, ligada à CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do
Brasil).
O secretário-geral do Sindicato
dos Servidores Públicos Federais
de Brasília, Francisco Machado,
disse ontem que é "motivo de orgulho" a comparação feita pelo
presidente Fernando Henrique
Cardoso entre os membros do
MST e o funcionalismo em razão
da luta dos dois grupos contra a
"política neoliberal".
"Do ponto de vista da disposição de luta orgânica contra uma
política neoliberal, é motivo de júbilo. Ele mostra que reconhece a
nossa luta."
Machado disse que FHC insinuou que os servidores são parasitas do erário público. "Lutamos
por aumento e reposição de perdas salariais, porque queremos o
reconhecimento do servidor. Esse
serviço é prestado com qualidade,
desempenho e dedicação."
A senadora Heloísa Helena (PT-AL), líder do Bloco da Oposição
no Senado, considerou uma ""ousadia" a declaração do presidente
criticando os trabalhadores sem-terra e, ao mesmo tempo, os servidores públicos.
""É uma ousadia do presidente
tentar desqualificar o MST desqualificando o funcionalismo público, um setor fundamental para
o país que já sofreu uma campanha neonazista nesse governo."
Texto Anterior: "Adoro pão de queijo", diz FHC Próximo Texto: Frases Índice
|