LEONARDO FUHRMANN
DA FOLHA ONLINE

A ex-prefeita de São Paulo, Luiza Erundina (PSB), que tenta nesta eleição retornar ao cargo, ironizou na manhã de ontem o estilo e a experiência administrativa da candidata petista Marta Suplicy.
"A Marta é jovem, bem-vestida e fez várias plásticas, mas nunca administrou nem a casa dela. Ela tem governanta para isso", disse a candidata.
Erundina fez essa declaração durante uma das visitas que fez hoje a três portas de fábricas e a uma empresa de ônibus na região de Santo Amaro, na zona sul da capital paulista.
A candidata pessebista estava acompanhada de líderes do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo ligados à Força Sindical.
Os sindicalistas pediam votos para Erundina e para o candidato a vereador Roberto Sargento, do PFL.
Ele é um dos diretores do sindicato e não acompanhou a candidata durante a visita.
Segundo lideranças do sindicato, Sargento quis evitar constrangimentos, já que o candidato de seu partido é Romeu Tuma (PFL). A diretoria do sindicato apóia Erundina.

Outras críticas
Erundina fez outras críticas à candidata do PT, principalmente com relação a seu programa de governo.
"Ela não está preocupada com escolas porque os filhos dela estudaram na Europa", afirmou Erundina.
A deputada acusou também a candidata petista de fazer de tudo para escolher o adversário em um eventual segundo turno. Marta lidera as intenções de voto em São Paulo com 32%, segundo a última pesquisa Datafolha, publicada no dia 17 de setembro.
"A Marta quer enfrentar o Paulo Maluf, candidato do PPB, e até deixou de criticá-lo para alcançar esse objetivo", disse a candidata.
Maluf está tecnicamente empatado com Erundina, Geraldo Alckmin (PSDB) e Romeu Tuma (PFL), respectivamente com 14%, 12%, 11% e 9% das intenções de voto -a margem de erro da pesquisa é de três pontos percentuais para mais ou para menos.
A candidata do PSB destacou também a sua origem popular. "Sou pobre e nordestina. Vim de uma família humilde e numerosa. Minha mãe não comia mistura, para que pudéssemos comer".
Erundina atacou também seu ex-partido, o PT. "Quando fui prefeita, eles faziam reuniões para definir coisas cuja decisão cabia exclusivamente a mim", declarou.
Os metalúrgicos de São Paulo lançaram três candidaturas a vereador na cidade neste ano. Raul Cortez (PPS) faz campanha nas zonas norte e oeste, enquanto Toninho (PSB) faz na leste e Roberto Sargento, na sul.
As lideranças da categoria estão tentando se desvincular da imagem de um vereador que foi eleito pelo sindicato e é candidato a reeleição. "Ele não tem mais nada a ver conosco. Traiu a categoria ao apoiar o atual prefeito, Celso Pitta (PTN), e foi expulso do sindicato por causa disso", afirmou o secretário-geral da entidade, José Heleno.


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