São Paulo, quarta-feira, 20 de setembro de 2000

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Candidatos descumprem promessa e voltam a trocar acusações na TV

DA REPORTAGEM LOCAL

Depois de afirmarem que suspenderiam os ataques mútuos no horário eleitoral na TV, os candidatos a prefeito de São Paulo Geraldo Alckmin (PSDB) e Paulo Maluf (PPB) voltaram ontem a trocar críticas. Anteontem, ambos disseram que retomariam o discurso da campanha propositiva, o que não foi cumprido na propaganda dos vereadores.
No programa tucano, os candidatos atacaram Maluf e revidaram as críticas que Alckmin tem sofrido por ser do mesmo partido que o presidente Fernando Henrique Cardoso e vice-governador de Mário Covas.
"Com tantos escândalos, máfias, desmandos e incompetência, Maluf está tentando agora colocar a culpa nos governos do Estado e federal. Mas os problemas são municipais. O malufismo tem culpa no cartório sim. Maluf e Pitta precisam ter coragem de assumir esse fracasso e deixar de colocar a culpa nos outros", declarou no programa o candidato a vereador do PSDB Pierre de Freitas.
Além de Maluf, os tucanos criticaram o PT e Luiza Erundina (PSB). "Você talvez não lembre, mas são 12 anos de PT ou Maluf na prefeitura. E a cidade está como está: pior impossível. Você se lembra da Erundina prefeita? Ela mesma reconhece que o PT não a deixou governar. Era muita reunião, e ninguém decidia nada. Erundina já teve sua chance", disse Ricardo Montoro (PSDB).
De acordo com Alckmin, não se trata de ataque. "É constatação. Nos últimos 12 anos, a cidade se viu entre o PT e o Maluf. Uma hora votou no PT para derrotar o Maluf. Na outra, votou no Maluf para derrotar o PT. Não havia uma terceira força para sair dessa bipolarização", afirmou.
Segundo João Câmara, presidente do PSDB municipal, o partido quer "rebater porque só está apanhando". "Nós vamos responder ao que vier do PT. Vamos rebater duro. Nosso inimigo histórico é o Maluf, os outros são adversários. Mas, se os adversários aumentam o tom, nós vamos aumentar o tom no mesmo calibre."

"Ataques covardes"
Paulo Maluf afirmou ontem que o adversário Geraldo Alckmin faz ataques "covardes". "Eu não fiz nenhum ataque. Tudo o que falei no meu programa é a expressão da verdade. Quando falei que sou contra a diminuição de penas para os crimes hediondos, falei pela minha voz. Eu não fiz os ataques covardes de Alckmin, que diz ter a cabeça no lugar. O povo não gosta de baixaria."
A propaganda eleitoral do PPB, por sua vez, seguiu na estratégia de vincular a imagem de Alckmin ao governo estadual. "Não podemos entregar nossa cidade a Geraldo Alckmin, que, como vice-governador, não teve competência para dar segurança a você e a sua família", disse o candidato pepebista Mané da Ação.
"Não dá para acreditar num candidato como Alckmin, vice-governador do Estado, que diz ter criado o Código de Defesa do Consumidor, mas construiu dezenas de novos pedágios", declarou Sonia Conte Lopes (PPB).


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