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FMI critica reação dos investidores
MARCIO AITH
DE WASHINGTON
O diretor-gerente do FMI (Fundo Monetário Internacional),
Horst Köhler, disse ontem que o
Fundo rejeita "interferência externa no processo democrático"
brasileiro e discordou do pessimismo dos investidores internacionais com relação ao resultado
das eleições no país.
"Não seria apropriado ao FMI
escolher o presidente do Brasil",
disse ele durante palestra promovida pelo Council on Foreign Relations (Conselho para Relações
Exteriores). "O Fundo mostrou
sua disposição em trabalhar com
qualquer governo comprometido
com políticas econômicas sólidas,
evitando, ao mesmo tempo, interferência externa no processo democrático", disse.
Essas declarações são um sinal
de que o FMI preocupa-se com a
deterioração do câmbio brasileiro
nos últimos dias, causada pela
possibilidade de uma vitória, já
no primeiro, do candidato do PT
à Presidência, Luiz Inácio Lula da
Silva. O dólar fechou ontem em
R$ 3,45 -o segundo maior valor
do Plano Real pelo segundo dia
consecutivo.
Köhler disse discordar da visão
de que as eleições brasileiras oferecem risco de mudança no curso
da política econômica e, referindo-se à atuação dos mercados em
todos os países emergentes, afirmou que os investidores deveriam assumir a postura de "empresários" em vez de "reagirem
em manada". Para ele, o debate
eleitoral brasileiro não é um risco,
mas "parte de um processo saudável e de longo prazo no Brasil."
Lembrou que os principais candidatos já prometeram que vão
cumprir os termos do acordo entre Brasil e FMI e, por essa razão,
"devemos oferecer nossos instrumentos a todos os candidatos."
Disse estar "confiante que o Brasil
vai manter o curso de políticas sólidas, reconquistar a plena confiança dos mercados financeiros
internacionais e retomar o caminho de um forte crescimento".
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