São Paulo, terça-feira, 20 de setembro de 2005

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O MARQUETEIRO

Droga foi achada no apartamento do publicitário em Salvador

PF acha lança-perfume e intima Duda

COLABORAÇÃO PARA A AGÊNCIA FOLHA, EM SALVADOR

O publicitário Duda Mendonça foi intimado pela Polícia Federal da Bahia para explicar a existência de quatro ampolas de lança-perfume encontradas em seu apartamento por agentes da PF no último dia 5, durante uma ação de busca e apreensão, em Salvador.
O depoimento de Duda à PF deveria ter ocorrido ontem, mas o publicitário, por meio de seu advogado Hélio Sérgio Santana, informou que tinha um compromisso em São Paulo e não poderia viajar à capital baiana.
Atendendo a uma determinação do STF (Supremo Tribunal Federal), 12 agentes da PF vasculharam o apartamento, o escritório e um sítio do publicitário na Bahia, no dia 5. De acordo com a PF, a ação dos agentes tinha como objetivo apreender documentos, computadores, livros contábeis, agendas extratos bancários que estivessem relacionados com as investigações do "mensalão".
Marqueteiro responsável por diversas campanhas eleitorais do PT, Duda admitiu, em depoimento na CPI dos Correios, ter recebido R$ 10,5 milhões que o partido lhe devia -por meio do empresário Marcos Valério de Souza- numa conta aberta nas Bahamas.
Além de toda a documentação apreendida no apartamento do publicitário, os agentes também encontraram quatro frascos de lança-perfume. Em nota oficial, divulgada ontem, a PF disse que realizou exame pericial nos frascos e constatou a presença de cloreto de etila (lança-perfume).
Duda Mendonça foi notificado sobre o conteúdo dos frascos na semana passada, quando prestou depoimento à Polícia Federal e confirmou as suas declarações prestadas à CPI dos Correios.
Ontem pela manhã, o advogado Hélio Santana alegou estar resolvendo "problemas pessoais" e saiu pelos fundos do prédio na PF de Salvador, sem se pronunciar. Ele também não atendeu aos telefonemas da reportagem.
O delegado José Orlando Azevedo, por meio da assessoria da PF, informou que Duda deverá ser intimado novamente para depor no próximo mês -a data ainda não foi definida.
A Folha tentou falar com o publicitário, mas funcionários da Duda Propaganda, sua agência, disseram que ele não poderia atender. O advogado de Duda em São Paulo, Tales Castelo Branco, disse que não iria se manifestar por não representá-lo nesse caso.


Colaborou EDUARDO DE OLIVEIRA, da Agência Folha

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