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Verba do Bemge foi para valerioduto, diz PF
Polícia Federal afirma que dinheiro teria ido para a campanha de reeleição de Eduardo Azeredo; senador mineiro nega
Ministério Público do Estado abriu investigação para apurar o patrocínio esportivo de evento realizado por empresa de Marcos Valério
Lula Marques - 6.jul.2005/Folha Imagem
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O publicitário mineiro Marcos Valério, cuja empresa recebeu R$ 500 mil em cheques do Bemge |
PAULO PEIXOTO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE
RUBENS VALENTE
DA REPORTAGEM LOCAL
O relatório da Polícia Federal
sobre o valerioduto de Minas,
encaminhado ao STF (Supremo Tribunal Federal), aponta
que R$ 500 mil em recursos públicos saíram do Bemge (Banco
do Estado de Minas Gerais), em
1º de setembro de 1998, para a
fracassada campanha à reeleição do então governador
Eduardo Azeredo (PSDB), hoje
senador.
Foram cinco cheques de
R$ 100 mil do grupo Bemge, supostamente para patrocínio de
evento esportivo organizado
pela agência SMPB, emitidos 14
dias antes de o banco ser adquirido em leilão de privatização
pelo Itaú. Os cheques foram depositados na conta da SMPB
-do empresário Marcos Valério de Souza, denunciado por
operar o mensalão do PT- no
Banco Rural.
É a primeira vez que esse fato
vem à tona com os comprovantes dos supostos pagamentos
levantados pelo Instituto Nacional de Criminalística da PF.
O Ministério Público de Minas abriu procedimento investigatório para apurar a questão
do patrocínio esportivo. Em
2003 a denúncia foi apresentada ao STF sem citar o Bemge. A
primeira vez que o nome do
banco veio à tona foi em 2005,
na lista do então tesoureiro da
campanha de Azeredo, Cláudio
Mourão -na qual aparecia escrito valor maior, R$ 1 milhão.
Até então, as investigações se
davam em torno de duas empresas estatais: Copasa (Companhia de Saneamento de Minas Gerais) e Comig (que virou
Codemig, empresa de desenvolvimento econômico).
Além das duas, em 2005 a
Cemig (Companhia Energética
de Minas Gerais) passou a ser
também investigada por suposta colocação de recursos públicos na campanha de Azeredo
na forma de gastos com campanhas publicitárias da estatal.
Segundo o relatório da PF,
teriam entrado da Cemig R$
1,67 milhão; da Copasa e Comig, R$ 1,5 milhão de cada uma.
No caso do Bemge, o dinheiro
teria entrado na forma de patrocínio ao evento "Iron Biker
-O Desafio das Montanhas". A
investigação mostrou que cada
cheque de R$ 100 mil foi emitido por uma empresa do grupo
Bemge: Financeira, Administração Geral, Seguradora, Cartão de Crédito e DTVM.
Apesar de no verso de 3 dos 5
cheques constar a inscrição
"Iron Biker", a PF diz que "nos
coletes dos competidores e nas
placas de identificação das bicicletas, principais materiais de
divulgação dos patrocinadores,
não consta a logomarca do grupo Bemge". Menção ao Bemge
aparece apenas em um folder
distribuído no evento.
Considerando que empresas
privadas que patrocinaram o
evento com valores de cerca de
R$ 3 mil tiveram espaço mais
valorizado nos materiais de divulgação, a PF disse que a operação foi "uma simulação para
promover o desvio de recursos
em benefício da campanha de
Eduardo Azeredo".
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