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Condenação de Toffoli não deve ser supervalorizada, diz Mendes
Justiça sentenciou indicado ao STF por ter ganho licitação supostamente ilegal
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Gilmar
Mendes, afirmou ontem que a
recente condenação do advogado-geral da União, José Antonio Dias Toffoli, pela Justiça do
Amapá, por ter ganho licitação
supostamente ilegal em 2001
para prestar serviços advocatícios ao governo estadual, não
deve ser supervalorizada.
"Quem está exposto na atividade privada ou na vida pública
está sujeito a processos. Cabe
examinar se de fato isso tem
substâncias para eventualmente afetar esse conceito de reputação ilibada. Não me parece
que deva haver essa supervalorização", disse Mendes.
Segundo ele, a condenação
será "mais um constrangimento" para Toffoli, indicado para o
STF, na sabatina que terá de
enfrentar no Senado, mas não
deveria servir para desviar o
debate de temas considerados
centrais. O ministro citou entre
esses assuntos a reforma agrária, a saúde e o aborto. "Devíamos estar discutindo realmente é o que pensa este indicado
para uma vaga importante no
Supremo Tribunal Federal.",
disse Mendes.
Indicado pelo presidente Lula para uma lugar no STF, Toffoli foi condenado, com outras
três pessoas, no último dia 8, a
devolver R$ 420 mil ( R$ 700
mil em valores atualizados) ao
Amapá sob a acusação de ter
ganho licitação supostamente
ilegal em 2001 para prestar serviços advocatícios ao governo.
Mendes criticou a prática, segundo ele estimulada na época
em que o PT era oposição, de se
disseminar notícias negativas
quando alguém recebe a indicação para um cargo público. "Toda vez que surge a indicação,
vão surgir insinuações. Esse é
um padrão que se estabeleceu
graças à cultura de oposição desenvolvida pelo PT."
Gilmar Mendes defendeu o
atual sistema de escolha dos
ministros do STF. "O presidente Lula indicou um numero elevado de ministros do Supremo,
mas nem por isso vocês podem
dizer que o Supremo é um tribunal governista."
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