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JUDICIÁRIO
Medida, que vai custar R$ 7 milhões, não vale para salários atuais
STF autoriza reposição a
seus ministros e servidores
SILVANA DE FREITAS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O presidente do STF (Supremo
Tribunal Federal), ministro Carlos Velloso, autorizou o pagamento de parcelas atrasadas do
aumento salarial de 11,98% a seus
próprios ministros e aos servidores. A medida custará R$ 7 milhões, dos quais R$ 5 milhões já
foram liberados.
Os 11 ministros e 422 servidores
ativos do tribunal receberam o dinheiro na semana passada, após
Velloso assinar um ato administrativo concedendo-o. Os 326 inativos receberão em três parcelas.
A primeira já foi liberada.
O valor pago aos ministros corresponde a cerca de um salário
-de R$ 10.800 para a maioria deles. Foi autorizado a eles o pagamento de dez parcelas mensais
-abril de 1994 a janeiro de 1995.
Para os servidores, a verba equivale a três salários. No caso deles,
foi admitida a liberação de 35 parcelas -de abril de 1994 a dezembro de 1996. O STF não autorizou
a incorporação ao salário atual.
A decisão de Velloso, de caráter
administrativo, está baseada em
julgamento realizado há cerca de
um mês pelo próprio STF no caso
específico da concessão do aumento pelo Tribunal Regional do
Trabalho de Pernambuco.
Naquele julgamento, os ministros reconheceram de forma restrita o direito de juízes e servidores ao índice. Para os primeiros, o
limite seria a data do último aumento salarial, em janeiro de
1995. Para o funcionalismo, o momento em que começou a vigorar
o atual Plano de Cargos e Salários,
em dezembro de 1996.
Essa decisão judicial só vale diretamente para o próprio TRT de
Pernambuco e, em tese, ainda pode ser questionada por meio de
embargos de declaração. Esse é
um tipo de recurso que tem o objetivo de modificar a sentença se
ficar provado que houve omissão,
contradição ou obscuridade.
Termina hoje o prazo para a
apresentação desse recurso, mas
os ministros do STF consideram
pouco provável que o procurador-geral da República, Geraldo
Brindeiro, autor de várias ações
contra aumentos concedidos por
tribunais, tome a iniciativa.
Velloso disse que decidiu estendê-la ao próprio Supremo por
duas razões: o direito do funcionalismo do Judiciário a receber
essa verba estaria consolidado e
os servidores estariam com remuneração muito baixa.
"A decisão é incontroversa e o
nosso funcionalismo está muito
sofrido em relação à questão salarial", afirmou o ministro.
Ele disse não acreditar na possibilidade de rever a decisão. Para
ele, o STF só poderá modificá-la
para ampliar o período devido.
O ministro disse que não foi necessária a apresentação de pedido
de crédito suplementar, porque
houve remanejamento no orçamento do tribunal.
Outros tribunais poderão seguir
o STF, mas a grande parte dos juízes já obteve esse ganho por decisão judicial. O índice corresponde
à suposta perda na conversão de
cruzeiro real para URV (Unidade
Real de Valor), em 1994, por parte
do funcionalismo do Judiciário e
do Legislativo.
O Supremo deverá julgar na
próxima semana se suspende ou
não as decisões do TSE (Tribunal
Superior Eleitoral), do STJ (Superior Tribunal de Justiça) e do STM
(Superior Tribunal Militar).
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