São Paulo, sábado, 20 de outubro de 2001 |
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SUCESSÃO NO ESCURO Megaencontro está sendo preparado para ocorrer em São Paulo, no início do próximo ano PSDB arma reunião para recolocar FHC como centro de 2002
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O PSDB está organizando um
megaencontro do presidente Fernando Henrique Cardoso com os
militantes tucanos de São Paulo,
em janeiro de 2002. Segundo o
presidente da sigla, José Aníbal
(SP), a reunião não tem como objetivo lançar candidaturas, mas
servirá para FHC "fazer um discurso forte sobre seu governo".
Em janeiro, é pouco provável
que o nome do PSDB à sucessão
esteja definido, mas FHC já estará
envolvido na campanha. O presidente está decidido a influir na escolha de seu sucessor e pretende
participar da campanha ativamente. A reunião de São Paulo será uma espécie de pré-estréia.
Após passar a semana acompanhando as articulações sucessórias realizadas à margem do Planalto, como o almoço dos governadores do Maranhão, Ceará e
Pernambuco na terça-feira passada (Roseana Sarney, Tasso Jereissati e Jarbas Vasconcelos), FHC
resolveu retomar as rédeas das
negociações no campo da coalizão governista.
Na próxima quinta-feira, FHC
vai a Madri (Espanha) participar
de uma conferência sobre a transição de regimes autoritários para
regimes democráticos, como
ocorreu no Brasil. Sugestivamente, convidou para acompanhá-lo
os presidentes dos três principais
partidos que integram a coligação
governista (PSDB, PFL e PMDB),
além do articulador político do
governo, o ministro Aloysio Nunes Ferreira. FHC deve discutir
com os presidentes dos partidos a
sucessão e o final de governo.
No campo sucessório, parece
consolidada a aliança PSDB-PFL.
A dúvida é a entrada do PMDB na
coligação ainda no primeiro turno. Michel Temer (SP), presidente da sigla, deve insistir que o partido já decidiu pela candidatura
própria, a ser definida em prévias,
no mês de janeiro.
Temer, no entanto, está aberto a
negociações. Ontem, por exemplo, o deputado paulista admitia
que deveria ser considerada a hipótese de a convenção de janeiro
deliberar também sobre a aliança
com o PSDB e o PFL. "Depende
de como tudo vai evoluir", disse.
O PMDB está na expectativa das
atitudes do governador Itamar
Franco (MG) na próxima semana. Os dirigentes da sigla acreditam que ele desistiu de "brigar"
com a legenda e tentará se viabilizar como candidato. Se isso ocorrer, pode até vencer a prévia.
Ontem, o senador Pedro Simon
(PMDB-RS) criticou o convite feito por FHC a Temer. Falando
também em nome de Itamar,
com quem se encontrou em Belo
Horizonte, Simon disse ter achado o convite "deselegante" e
"grosseiro".
"O presidente da República sabe que o MDB [o senador se refere
assim ao PMDB" fez uma convenção e que foi definida uma prévia
e que ela está marcada para o dia
20 de janeiro", disse. Segundo ele,
será feito um apelo a Temer para
que não aceite o convite.
Simon e Itamar vão oficializar
na terça-feira a intenção de ambos de concorrer na prévia. Nesse
dia, os dois se reúnem com a cúpula nacional do partido, controlada pela ala que apóia FHC.
Simon negou que esteja pensando em se candidatar ao governo
do Rio Grande do Sul e acrescentou que sua participação nas prévias são uma garantia a mais de
que elas se realizarão.
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