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OUTRO LADO
Advogado diz que Sales foi vítima de "perseguição"
DA REPORTAGEM LOCAL
Marcelo Leonardo, presidente da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) em Minas Gerais, defensor de Almir Sales,
diz que o seu cliente foi vítima
de perseguição política.
Leonardo diz que a Setembro
Propaganda foi "estigmatizada": "Houve uma nítida perseguição à agência, como desdobramento do impeachment do
presidente Fernando Collor."
"Durante três anos, 24 horas
por dia, os fiscais da Receita Federal devassaram a contabilidade da Setembro, mas a Justiça reconheceu que a maioria
dos fatos apontados não era
procedente", diz o advogado.
"A denúncia tinha mais de 50
itens. Apenas seis foram considerados como provados", diz.
"A dosagem da pena está incorreta. A denúncia afirmava
que teria havido uma lesão de
grande magnitude, mas os seis
casos considerados pelo juiz
referem-se a notas fiscais de pequeno valor".
"As agências usam serviços
prestados por free-lancers. Em
muitos casos, são profissionais
que não têm uma escrita contábil regular", diz.
Segundo Leonardo, essas
empresas [prestadoras de serviços" é que deveriam ser responsabilizadas. "A alegação de
fraude está baseada em informações obtidas através da quebra ilícita de sigilo bancário",
diz o advogado de Sales.
Ele diz que o processo deveria ter sido suspenso porque a
Setembro havia aderido ao Refis (Programa de Recuperação
Fiscal, que permite pagar débitos a partir de percentuais sobre o faturamento.
Leonardo também defende
Eliú Neres, gerente da agência.
Procurado pela Folha, Sales
não quis falar.
(FV)
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