São Paulo, quinta-feira, 20 de outubro de 2005

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PAINEL

Um pelo outro
A oposição está convencida de que, ao insistir no depoimento do ex-tesoureiro tucano Cláudio Mourão à CPI dos Correios, o governo esperava fazer uma troca, evitando a acareação do chefe-de-gabinete de Lula com os irmãos do prefeito Celso Daniel na comissão dos Bingos.

Vavá vem aí
"O tiro saiu pela culatra", afirma um senador oposicionista. "Em vez de tirar o Gilberto Carvalho, vamos colocar também o irmão do presidente."

Virou santo
O esforço governamental para evitar a ida de Carvalho à CPI inclui encher os ouvidos de senadores com histórias tristes sobre o "abalo emocional" sofrido pelo ex-seminarista, que já teria até chorado diante da perspectiva de ser posto frente a frente com os irmãos Daniel.

Conjunto unitário
Cada vez mais loquaz, Jaques Wagner acabou entregando o colega Márcio Thomaz Bastos ao declarar que "pessoas" do governo "que militam na área do direito" flertam com a idéia de recorrer à Justiça para conter a imprevisível CPI dos Bingos.

Liberou geral
Irados com a convocação do ex-tesoureiro da campanha de Eduardo Azeredo, os tucanos da Câmara querem avançar sobre as campanhas dos petistas Aloizio Mercadante (SP) e Ideli Salvatti (SC). São contidos, ainda, pelos senadores da sigla.

Tiro certo 1
As quebras de sigilos de tesoureiros de campanhas regionais do PT, pedidas ontem, estão baseadas em informações já coletadas e que apontam irregularidades pelo menos três casos: Pará, Bahia e Rio de Janeiro.

Par ou ímpar
Em fase de preparação de relatórios finais, a CPI dos Correios listou dois tipos de crimes cometidos por integrantes do governo: corrupção e improbidade administrativa. A discussão agora é para ver para qual coluna vão os nomes envolvidos.

Máquina de lavar
No quesito movimentação financeira, a tinta também virá carregada no item das corretoras investigadas, com especial atenção para a Bônus Banval.

Mãos à obra
Os recém-nomeados relatores dos processos dos 11 "mensaleiros" já começaram a buscar no relatório e nos cruzamentos de dados do deputado Júlio Delgado (PSB-MG) sobre o caso de José Dirceu subsídios para embasar seus próprios trabalhos.

Cruz e a espada
No PT, causa consternação o fardo da relatora Angela Guadagnin (SP): ardorosa defensora da tese de que o "mensalão" não existiu, enfrenta o dilema entre ser coerente e absolver José Janene (PP-PR), ou pedir a cassação do aliado do governo.

Opiniático
Foi objeto de comentários no Congresso a atuação de Nelson Jobim no julgamento de ontem. Chamou a atenção o fato de o presidente do STF ter pontuado as manifestações dos colegas com intervenções pró-José Dirceu antes mesmo de dar seu voto, o terceiro em favor do petista.

Lei da selva
Em resposta à representação de José Carlos Aleluia (PFL-BA), foi aberta sindicância sobre a atuação do procurador da República Mario Lucio Avelar no caso da prisão, que se revelou descabida, do diretor do Ibama Antonio Carlos Hummel.

Visita à Folha
Dr. Isac Jorge Filho, presidente do Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo, visitou ontem a Folha. Estava acompanhado do dr. Desiré Carlos Callegari, vice-presidente, e de Chico Damaso, assessor de imprensa.

TIROTEIO

Do senador Garibaldi Alves (PMDB-RN), relator da CPI dos Bingos, sobre a intenção do Planalto de recorrer à Justiça contra a apuração, pela comissão, de fatos ligados ao assassinato do prefeito Celso Daniel:
-Que motivo tem o governo para tentar barrar no Congresso a investigação de um caso que incluiu corrupção e assassinato?

CONTRAPONTO

Suposta importância

A discussão acerca do grau de conhecimento e controle de informações por parte de membros e ex-membros do governo Lula, especialmente José Dirceu, no caso do valerioduto levou a oposição a ressuscitar piada dos tempos da Guerra Fria.
De acordo com a anedota, uma moça entra na loja de animais e pergunta ao vendedor:
-Quanto é aquele papagaio?
-US$ 10 mil-, responde ele.
O vendedor justifica:
-Fala todos os segredos do mundo comunista.
-E aquele outro, vale quanto?
-US$ 20 mil, decorou os segredos dos Estados Unidos.
Por fim, a compradora aponta um papagaio quase depenado.
-US$ 50 mil-, diz ele.
-Nossa, e ele sabe o quê?
-Não sabemos, ele não abre a boca, está sempre calado.
-E vale tanto?
-Os outros dois só se referem a ele como chefe.


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