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outro lado
Cassações vão cair, dizem advogados
DA REPORTAGEM LOCAL
Advogados de vereadores de
São Paulo cassados pela Justiça
Eleitoral, que pretendem recorrer da decisão, defendem a
legalidade das doações recebidas da AIB (Associação Imobiliária Brasileira) e dizem que a
sentença abre espaço para contestações. Afirmam que decisões anteriores da Justiça Eleitoral consideram regular esse
tipo de doação e não acreditam
que haja afastamento do cargo.
O advogado Ricardo Penteado afirma estar tranquilo de
que a decisão será revertida.
Penteado defende os tucanos
Adolfo Quintas, Carlos Bezerra, Cláudio de Souza, Dalton
Silvano e Gilson Barreto; e os
democratas Carlos Apolinário,
Domingos Dissei, Marta Costa
e Ushitaro Kamia.
"Os vereadores agiram na absoluta transparência. Não só
declararam as doações, como
tiveram as contas aprovadas",
afirma Penteado, que é especialista em direito eleitoral.
Ele diz que o juiz fez uma interpretação que é "minoritária
e voto vencido" no TSE (Tribunal Superior Eleitoral), o que já
sinaliza que haverá uma reforma na decisão pela cassação.
Além disso, afirma Penteado,
em nenhum momento do processo foi apontado que crime
houve e que tipo de participação os vereadores tiveram.
"O Ministério Público teria
que provar que houve a transferência [ilegal] de dinheiro do
Secovi para a AIB e que os vereadores participaram disso,
ou eles teriam sido vítimas da
situação. Se não participaram
de fraude, não podem pagar por
ela", diz Penteado.
O advogado Ricardo Vita
Porto, da defesa de Adilson
Amadeu (PTB), Quito Formiga
(PR) e Abou Anni (PV), também argumenta que a sentença
contraria entendimentos anteriores da Justiça Eleitoral.
Isso porque a legislação, segundo a interpretação de Porto,
só restringe doações de entidades sem fins lucrativos que tenham recebido recursos do exterior, o que exclui a AIB.
"Temos o fundamento legal.
A jurisprudência e os precedentes dizem isso. É preciso
lembrar de que se trata somente de decisão de primeira instância, que, acreditamos, será
modificada pelo TRE [Tribunal
Regional Eleitoral]", diz Porto.
Ainda que haja algum tipo de
irregularidade pelo fato de a
AIB ter extrapolado o limite legal das doações, prossegue o
advogado Porto, somente a entidade é que poderia ser punida, e não os vereadores.
"É uma questão que diz respeito à empresa, à entidade.
Não pode ser [punido] o candidato", afirma Porto.
A assessoria de Ricardo Teixeira (PSDB) diz que ele está de
licença desde semana passada
na Espanha para discutir projetos para o trânsito, e só se manifestará quando voltar ao Brasil, nos próximos dias.
Também via assessoria, Wadih Mutran (PP) afirmou que
não comentaria o assunto, que
está entregue aos seus advogados.°
(JOSÉ ERNESTO CREDENDIO)
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