São Paulo, terça-feira, 20 de outubro de 2009

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Aliados reivindicam assento em pré-campanha de petista

LETÍCIA SANDER
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Hoje centralizada num seleto grupo de petistas, a coordenação da pré-campanha da ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) é alvo da cobiça dos partidos que estão sendo chamados a compor a aliança com o PT para as eleições de 2010.
Um assento neste grupo está entre as reivindicações que o PMDB apresentará hoje em jantar marcado para oficializar o pré-compromisso do partido com a candidatura da ministra.
"A partir de um pré-compromisso, vamos acertar para que o partido participe da coordenação da campanha e da constituição de um programa [de governo] para o país", disse o presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP), principal fiador da aproximação com o PT e nome mais cotado para assumir o posto de vice na chapa.
O jantar reunirá o presidente Lula e Dilma com parlamentares, ministros e dirigentes dos dois partidos. O acerto prévio tem efeito simbólico, já que a aliança precisa ser aprovada na convenção nacional do PMDB em junho de 2010. Mas serve para isolar a ala do partido que defende o apoio à candidatura do PSDB à Presidência, além de ser uma sinalização importante nos Estados em momento de definição de palanques.
Temer e o presidente do PT, Ricardo Berzoini (SP), ainda discutiam ontem a viabilidade de o pré-compromisso resultar em uma nota à imprensa, com as premissas gerais da aliança.
Assim como o PMDB, outras legendas já deixaram claro o desejo de participar da elaboração do programa de governo. Na semana passada, Dilma ouviu do PR um recado claro de que o partido não quer ser um "mero partícipe da eleição".
"Queremos ganhar e governar. Precisamos discutir o programa de governo para ver onde a gente pode se inserir", afirmou o deputado Luciano Castro (RR), ex-líder da bancada.
Nos outros partidos "assediados" pelo PT, a posição é semelhante. O deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), por exemplo, diz que, se um compromisso for de fato selado com a ministra, o PDT demandará "uma ou duas pessoas na coordenação da campanha".
No PP, a sinalização é no mesmo sentido. "Se decidirmos pelo apoio, teremos de ter assento no conselho político da campanha", defendeu o deputado Ricardo Barros (PP-PR).
Berzoini, concorda com os partidos. "É importante que tenhamos este sentimento de coalizão, e não de adesão."
Dilma deve concluir nas próximas semanas as conversas com os partidos aliados.


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