Lalo de Almeida/Folha Imagem

O papa João Paulo 2º recebe o presidente FHC na entrada da biblioteca privada, no Vaticano

do enviado especial a Roma

"Quem viver verá", disse o papa João Paulo 2º a Fernando Henrique Cardoso, quando este lhe disse que o aguarda em 2001 de volta ao Brasil.
Ao final de seu encontro com o papa, FHC se despediu com um "até a próxima, em 2001, como senhor me prometeu, lembra?". João Paulo 2º confirmou: "Depois dos 500 anos". O presidente completou: "Então, está prometido", o que provocou a frase, em italiano, do papa.
Os dois ficaram 20 minutos a sós. "Foi uma conversa carinhosa", avaliou FHC mais tarde.
Segundo o presidente, eles conversaram sobre diversas questões sociais. FHC disse ter contado ao papa os problemas que tem na luta contra a pobreza, elogiado a ação da Pastoral da Criança no Brasil, relatado os progressos obtidos na educação, discutido a questão do combate ao consumo de drogas e trocado idéias sobre o problema das crianças de rua.
"O papa está muito bem informado", disse FHC, que afirmou ter dividido com João Paulo 2º números que mostram que há "menos crianças de rua (no Brasil) do que se imagina".
Ao trocarem presentes (FHC ganhou um livro sobre as obras de Michelangelo na Capela Sistina e o papa uma imagem de madeira de Sant'Ana feita no século 18 na região mineira de Paracatu), os dois conversaram, em português, sobre o Brasil e outros países de língua portuguesa.
Depois de ver o papa, FHC almoçou com o presidente da Itália, Carlo Azeglio Ciampi, no palácio do Quirinale. (CELS)


Texto Anterior: Em Roma: FHC afirma que não é "refém" do MST
Próximo Texto: Ministro endurece e pára negociações
Índice