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OUTRO LADO
Advogado nega ter arrecadado caixa dois do PT
DA REPORTAGEM LOCAL
O advogado Rogério Buratti
nega que tenha mantido contatos com empresários de bingos
para arrecadar recursos para o
caixa dois da campanha presidencial do PT, em 2002. "Nunca conversei com empresários
de bingo. É fácil apurar porque
meu sigilo telefônico foi quebrado e não há nenhum contato com bingueiros", afirma.
Há, no entanto, um descompasso entre as datas dos contatos que Buratti manteve com
empresários de bingo e o período em que seu sigilo telefônico
foi quebrado. A doação de R$ 1
milhão ocorreu no segundo semestre de 2002, segundo relato
de empresários, enquanto a
quebra do sigilo telefônico de
Buratti se estende do início de
2003 ao final de 2004.
"Se eu tivesse mantido contato com esses empresários em
2002, os bingueiros ligariam
em 2003 para cobrar o que prometi, e não há nenhuma ligação", pondera. O advogado diz
que foi alvo de escutas telefônicas, autorizadas pela Justiça,
entre maio e setembro de 2004
e não há voz de donos de bingos nas gravações.
Buratti afirma também que
não faz muito sentido a versão
de que Ralf Barquete foi nomeado pelo PT para arrecadar
recursos junto aos bingos.
"Por que o PT teria nomeado
o Ralf se ele não era filiado ao
partido?", pergunta. "Ralf só
fazia o que Palocci mandava. Se
ele fez alguma coisa com os
bingueiros, o que eu não sei, foi
por indicação de Palocci."
Buratti diz que foi por ordens
de Palocci que Ralf teria cuidado da operação que trouxe de
Brasília para São Paulo os dólares que teriam sido enviados de
Cuba para a campanha do PT,
segundo a revista "Veja".
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