FÁBIO ZANINI
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Perante uma platéia de cerca de 200 juízes, advogados e políticos, o presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, fez ontem um discurso em que se mostrou consciente das limitações do cargo, previu pressões e admitiu que o período relativamente tranquilo que viveu desde a vitória está com os dias contados.
O pronunciamento de Lula, durante cerimônia de apresentação do futuro ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, na sede da OAB, em Brasília, teve o tom de um chamado à realidade. "Sei o que me espera. Sei que ganhar as eleições é mais fácil que governar."
Um a um, listou desafios que terá de enfrentar no início de seu governo. "Sei como está a situação da dívida, sei como está a economia, sei como está a insegurança, a violência, o desemprego, sei da situação dos salários..."
Em seguida, usando seu recurso favorito de linguagem, a metáfora futebolística, ele previu que o atual clima de lua-de-mel com a opinião pública dará lugar a momentos em que seu governo sofrerá críticas duras.
"Palmas e aplausos na política vão e vêm, como no futebol. É como o jogador que marca um gol de bicicleta e depois perde um pênalti na partida. Ninguém lembra do gol, só do pênalti", disse.


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