São Paulo, quinta-feira, 20 de dezembro de 2007

Próximo Texto | Índice

Painel

RENATA LO PRETE - painel@uol.com.br

Maracujina

Enquanto Paulo Bernardo (Planejamento) repete que, em resposta ao fim da CPMF, será inevitável cortar sem dó as emendas ao Orçamento de 2008, José Múcio (Relações Institucionais) faz sua parte tentando acalmar os parlamentares. Para dourar a pílula que virá no ano que vem, o ministro disse aos líderes partidários que, nos próximos dez dias, o governo pretende acelerar a liberação de emendas ao Orçamento de 2007, principalmente nas áreas de Saúde e Cidades.
Ontem foi dia de congestionamento no quarto andar do Palácio do Planalto, onde fica o gabinete de Múcio. Deputados fizeram fila, literalmente, para implorar ao ministro por suas emendas.

Eu voltei. Ex-deputados cujas emendas de anos anteriores ainda estão pendentes também se mexem. "Estou atrás do que foi prometido", diz João Grandão (PT-MS), que ontem circulava pela Câmara. João Caldas (PR-AL) foi outro que deu plantão.

"Tranqüilis". Assim como José Múcio, Lula cuida de acalmar sua base no Congresso. Em jantar com líderes anteontem, o presidente insistiu em dizer que o governo agirá com "toda a calma" na definição dos cortes destinados a cobrir o rombo de R$ 38 bi deixado pelo fim da CPMF.

Pois é... Pelo menos um aliado já ouviu Lula admitir, em privado, que algum corte no PAC terá de ser feito em razão dos R$ 38 bi perdidos. Quando Guido Mantega disse o mesmo, o mundo caiu.

Tudo pela base. "Astro especialmente convidado" no jantar de fim de ano dos senadores da oposição, o presidente da Casa, Garibaldi Alves (PMDB), passou boa parte da festa ao celular, em contato com políticos no Rio Grande do Norte. Tentava uma solução para o afastamento, determinado pela Justiça, do prefeito de Areia Branca.

Siesta. É tamanho o clima de ano encerrado na Câmara que, ontem, a sessão vespertina foi iniciada somente às 14h50. Às 14h -horário habitual-, enquanto turistas ainda visitavam o plenário, assessores corriam em busca de alguém para abrir os trabalhos.

Contra-ataque. Ney Suassuna (PMDB-PB) iniciou a semana chamando religiosos de Estados pró-transposição do rio São Francisco para que se posicionassem contra a greve de fome de d. Cappio. "Já recebi a adesão de dois pastores evangélicos", dizia o ex-senador antes de saber do fim do protesto do bispo de Barra.

Com que roupa? Defensor do bispo de Barra, o ator Osmar Prado foi avisado ontem pela direção da Câmara que não poderia entrar no plenário sem paletó -que teve de ser arrumado às pressas. Minutos antes, estivera no Senado apenas de camisa.

Intervalo 1. A TV Brasil tirou do ar propaganda da nova marca corporativa da Vale do Rio Doce. A peça teria contrariado promessa do governo de que não haveria publicidade na programação da emissora.

Intervalo 2. "Decidimos retirar enquanto houver dúvida sobre o que é propaganda institucional", diz a presidente da emissora, Tereza Cruvinel, citando o único tipo de peça permitida na nova TV.

Barafunda. Os deputados Geraldo Magela, federal, e Chico Vigilante, distrital, quase saíram no tapa ontem no julgamento de recursos da eleição do PT no DF. Assim como na Bahia, o novo comando local da sigla só será conhecido após nova reunião da direção, no final de janeiro.

Cartão vermelho. A bancada do PSDB na Câmara paulistana entra hoje com pedido de expulsão de Gilson Barreto, que atropelou decisão dos tucanos para garantir sua vaga na Mesa da Casa. Se defenestrado, o vereador não poderá se reeleger em 2008.

Tiroteio

"Eu nunca soube que dar piti era estratégia de defesa. Se o Paulo Rocha se descontrolou, é porque a barra dele está mesmo pesando."


Do deputado LUIZ CARLOS HAULY (PSDB-PR), comentando o bate-boca do deputado petista com a juíza que tomava seu depoimento no inquérito do mensalão.

Contraponto

Made in Goiás

Senadores da oposição reuniram-se anteontem para uma confraternização de fim de ano no apartamento de Kátia Abreu (DEM-TO). A trilha sonora ficou por conta de uma banda formada por policiais militares, que tocava clássicos brasileiros como "Carinhoso".
-Quem trouxe os músicos?-, quis saber o presidente dos "demos", deputado Rodrigo Maia (RJ).
O senador Demóstenes Torres (DEM-GO), que já havia chamado o grupo para animar festas anteriores, explicou:
-Eles são conhecidos meus de longa data. São assim uma espécie de versão goiana do Police!


Próximo Texto: Supremo libera transposição; bispo desmaia e é internado
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.