São Paulo, domingo, 20 de dezembro de 2009

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Aécio afirma "nem cogitar" ser vice, mas promete apoio em MG

Sem citar o nome de Serra, mineiro diz, em evento, que candidato tucano terá "soldado" e "palanque forte" em MG

PSDB teme que desânimo entre eleitorado mineiro causado pela desistência de Aécio se transforme em rejeição a Serra no Estado

PAULO PEIXOTO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BONITO DE MINAS

Dois dias após fazer pronunciamento público desistindo da sua pré-candidatura à Presidência da República pelo PSDB, o governador de Minas Gerais, Aécio Neves, reapareceu ontem e refutou as pressões para aceitar ser vice de José Serra em chapa presidencial. Mas prometeu dar a ele o palanque "mais forte" de Minas.
Indagado se cederia aos apelos de vozes de seu partido, inclusive a do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, para que aceite o posto de vice em uma candidatura tucana, Aécio respondeu: "A minha resposta é muito simples: eu nem sequer cogito essa hipótese".
O governador foi ontem a Bonito de Minas (641 km ao norte de Belo Horizonte) para inaugurar uma obra rodoviária, de um programa xodó de seu governo, o Proacesso, de quase R$ 1 bilhão. O programa ligará por asfalto 225 municípios que, para acessá-los, só era possível por estradas vicinais.
Ao desistir de concorrer à Presidência, Aécio botou pressão em Serra para assumir sua candidatura, mas também passou a ser pressionado.
O PSDB nacional espera o empenho total do governador mineiro para que Serra seja bem votado em Minas, o segundo colégio eleitoral do país.
Questionado sobre essa cobrança, afirmou que o candidato tucano terá um "soldado" em MG, mas que quem ganha eleição é o próprio candidato.
"Em Minas, o candidato do PSDB terá o palanque extremamente forte." Segundo Aécio, o candidato tucano terá sua "lealdade", o seu "empenho".
Em nenhum momento da entrevista Aécio citou o nome de José Serra -como já ocorrera no pronunciamento que fez desistindo da pré-candidatura.
Um dos temores do PSDB, conforme apurou a Folha, é que uma decepção entre eleitores mineiros, causada pela desistência de Aécio, se transforme em rejeição ou desânimo em relação a Serra.
Faixas na praça onde Aécio discursou retratavam a decepção citada pelo mineiro. "No passado o Brasil perdeu o presidente Tancredo. O Brasil do futuro não pode perder o Aécio", estampava uma delas.


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