São Paulo, segunda-feira, 21 de janeiro de 2002

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PAINEL


Violência política
Quinze políticos filiados ao PT, além do prefeito Celso Daniel (Santo André), foram assassinados desde 1997, segundo levantamento do partido. Outros 50 petistas sofreram ameaças de morte e cinco foram baleados.

Pressão externa
A Anistia Internacional, com base nos dados do PT, cobrou ontem do governo federal uma apuração rigorosa dos crimes envolvendo militantes do PT. Um ofício foi enviado pela sede da organização, em Londres, para o gabinete de FHC e para o Ministério da Justiça.

Linha direta
José Dirceu (PT) procurou ontem petistas que receberam ameaças de morte nos últimos meses e os orientou a dar imediata publicidade aos casos. Alguns parlamentares do partido estavam mantendo as ameaças em sigilo para evitar que adversários dissessem que tudo não passava de manobra eleitoral.

Segurança reforçada
A cúpula petista pediu a Geraldo Alckmin (SP) proteção policial especial ao prefeito de Guarulhos, Elói Pietá. Além das cartas de uma certa Farb (Frente de Ação Revolucionária Brasileira), Pietá sofre outras ameaças de morte por ter presidido a CPI do Crime Organizado na Assembléia Legislativa de São Paulo.

Do outro lado
O PT duvida da existência da Farb como um grupo de ultra-esquerda, ao contrário do que dizem as cartas ameaçadoras. Para o partido, se há um grupo planejando crimes contra políticos petistas, é mais provável que seja de extrema-direita.

Ação de governo
A Federação Nacional dos Policiais Federais vai sugerir a Lula (PT), Roseana (PFL), Garotinho (PSB), Ciro (PPS) e Serra (PSDB) a criação de uma força-tarefa com a missão de localizar e prender os principais sequestradores do país. Proposta semelhante feita ao governo FHC nunca foi respondida.

Cem mais
A exemplo do que ocorre nos EUA, a força-tarefa agiria com um alvo determinado. Seria formada por policiais federais, civis e militares. "É pegar a lista dos cem maiores bandidos e começar a prendê-los. A polícia sabe quem são", diz Francisco Garisto, presidente da federação.

Voz da experiência
Apesar de empolgado com o crescimento da filha nas pesquisas, José Sarney (PMDB) mantém um pé atrás. Aconselhou Roseana Sarney a só anunciar sua candidatura no mês de junho e, mesmo assim, se continuar bem à frente de José Serra. Caso contrário, acha que é melhor ela disputar o Senado.

Conselho rejeitado
Serra foi aconselhado pela cúpula tucana a procurar pessoalmente Roseana a fim de firmar um pacto de não-agressão e deixar a porta aberta para uma aliança. Mas o tucano não pareceu se empolgar com a idéia.

Fora do caminho
A Polícia Federal afastou o delegado Jeová Riceti da investigação de irregularidades na Loteria Federal. O afastamento aconteceu depois que o delegado descobriu que a Caixa Econômica Federal cobrava irregularmente uma taxa de 0,25% da arrecadação dos lotéricos.

Outra prioridade
O delegado Jeová Riceti, no inquérito sobre irregularidades na loteria, indiciou três superintendentes da Caixa considerados responsáveis pela cobrança ilegal da taxa. A alegação oficial da PF é que os trabalhos do delegado são imprescindíveis em SP.

Leque amplo
Collor comunicou a amigos e a aliados que disputará mesmo o Senado, durante almoço na fazenda do presidente da Assembléia de AL, Antônio Albuquerque (PTB). O senador Renan Calheiros (PMDB) e a prefeita de Maceió, Kátia Born (PSB), estavam entre os comensais.


TIROTEIO
Do governador do Acre, Jorge Viana (PT), sobre a violência em SP e a morte do prefeito de Santo André, Celso Daniel:
- Geraldo Alckmin precisa parar de ficar só contando as vítimas de chacinas e assassinatos em São Paulo e tomar alguma providência efetiva para dar segurança à população.


CONTRAPONTO
Aposta furada

Em 1983, o então deputado Dante de Oliveira (PSDB-MT) fazia um périplo diário nos corredores do Congresso a fim de obter as 160 assinaturas necessárias para colocar em votação a emenda das "Diretas-Já".
Certo dia, no restaurante frequentado pelos deputados na Câmara, Dante encontrou um grupo numa mesa e começou a explicar a proposta. Um dos comensais interessou-se e passou a fazer uma série de perguntas.
Dante empolgou-se. Ficaram quase uma hora conversando animadamente, até que o interlocutor esgotasse todas as suas dúvidas. Dante, então, tirou a caneta do bolso, fitou o homem nos olhos e atacou:
- Bom, deputado, agora o senhor assina?
O interlocutor respondeu:
- Eu até assinaria a emenda, Dante. Mas quem lhe disse que eu sou deputado? - perguntou o repórter Flamarion Mossri.


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