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São Paulo, terça-feira, 21 de janeiro de 2003
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PAINEL Faca cega Guido Mantega (Planejamento) suspendeu o pagamento de parte das indenizações de anistiados políticos -que incluem ex-comunistas e petistas. O ministro segue decreto de Lula que restringe gastos até estabelecer a programação orçamentária. Transparência oficial Apesar de anistiados, parentes e o setor responsável pelos pagamentos confirmarem a suspensão, a assessoria de Mantega enviou e-mail no fim do dia à Folha dizendo que "não há suspensão" e que os pagamentos estão "dentro do cronograma". A ver navios Os anistiados prejudicados pela suspensão dos pagamentos são os que têm direito a atrasados e à parcela única. Outros anistiados que têm pagamentos mensais foram incluídos na folha do Planejamento e receberam normalmente em janeiro. Último suspiro Depois de considerar perdida a batalha pela presidência do Senado, Renan Calheiros (PMDB) desconfia que a reação de petistas ao rolo compressor de José Dirceu (Casa Civil) para favorecer Sarney pode lhe dar novo fôlego. No mínimo, o Planalto terá de agir com mais discrição. Ética elástica Suplicy relatou a Calheiros a lavagem de roupa suja que houve na Executiva do PT. Interrogado sobre os métodos do governo para ajudar Sarney, Genoino disse que tudo ocorreu dentro dos limites da ética. Abraço governista Ocorreu o que o PT temia: o governo começa a engolir a sigla. A reunião da Executiva ficou esvaziada, sem quatro dos ministros que a integram. João Paulo e Luiz Dulci saíram antes da metade. Aloizio Mercadante, Nelson Pellegrino e Tião Viana, esperados para discutir as reformas, não apareceram. Medo do vazio Genoino diz pretender formar uma Executiva mais ágil, que possa dar resposta às demandas em prazo curto. Em outras palavras, deseja contar com um grupo que possa se reunir, de fato. Polivalente O PT decidiu que Lula vai continuar a integrar o Diretório Nacional. Deve até participar da próxima reunião, em fevereiro. Dois pesos Após aumentarem os próprios salários, os integrantes da Mesa Diretora da Câmara descobriram, na última reunião, que os funcionários dos gabinetes não podem ter reajuste agora, porque a Lei de Responsabilidade Fiscal proíbe aumentos nos últimos três meses de gestão. Verba extra O reajuste dos funcionários ficou para a próxima Mesa, mas na reunião do dia 29 deste mês a atual direção da Câmara vai reajustar as verbas extras que cobrem as despesas nos Estados -R$ 7.000 por deputado- e os gastos com telefone e correspondência. Essas podem. Fura-fila Ciro Gomes e Patrícia Pillar enfrentavam uma enorme fila num cinema da Academia de Tênis, em Brasília, domingo à noite, quando receberam um convite do gerente para furar a fila. Aceitaram na hora. Conta antiga Lula interrompeu, de repente, a audiência com o governador Ronaldo Lessa (PSB-AL), na sexta. "Vem cá, me dê um abraço, você derrotou o Collor." Visita à Folha Márcio Thomaz Bastos, ministro da Justiça, visitou ontem a Folha, onde foi recebido em almoço. Estava acompanhado de Olímpio Cruz Neto, assessor de imprensa. Participaram do almoço também os advogados Ives Gandra Martins, José Carlos Dias, Samuel Mac Dowell de Figueiredo, Ary Oswaldo Mattos Filho e Luís Francisco Carvalho Filho. TIROTEIO Do professor Emir Sader, sobre o mercado ter reagido às críticas de Marco Aurélio (STF) à reforma previdenciária: - Pela reação do "mercado", fica claro que a reforma, como está sendo colocada, faz parte do ajuste fiscal e não da reforma democrática do Estado. É assunto de cortes de custo e não de justiça social. CONTRAPONTO Pagamento zero
Na semana passada, o ministro Antonio Palocci Filho (Fazenda) chamou os colegas Ricardo Berzoini (Previdência) e
Luiz Gushiken (Comunicação
de Governo) e o deputado federal eleito Paulo Bernardo (PT-PR) para uma reunião em seu
gabinete, no início da noite. |
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