|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
GOVERNO PETISTA
Apesar de sua posição, ministro diz que palavra final cabe ao presidente; na oposição, PT criticava não-correção
Palocci é contra a correção da tabela do IR
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O ministro da Fazenda, Antonio Palocci Filho, disse ontem que
é contra a correção da tabela do
Imposto de Renda das pessoas físicas neste ano. Mas afirmou que
o governo ainda não tomou uma
decisão sobre o assunto.
Na semana passada, o secretário
da Receita Federal, Jorge Rachid,
repetiu a posição do governo anterior de que a tabela não deve ser
corrigida todo ano porque não
existe mais indexação no país.
O secretário-adjunto da Receita,
Ricardo Pinheiro, explicou que a
decisão de reajustar a tabela é política, porque ela significa uma
perda de arrecadação, o que pode
comprometer os programas sociais do governo.
Quando era oposição, o PT
sempre defendeu a correção da
tabela, alegando que a manutenção dos valores prejudicava os
trabalhadores de renda média.
No ano passado, esses valores
foram corrigidos, depois de seis
anos sem reajustes.
Palocci disse que é contra a correção, mas não adiantou se haverá uma política sobre o assunto
daqui para a frente. "O futuro a
Deus pertence", afirmou.
A decisão técnica pela não-correção, disse, o ministério já tomou, "mas vamos, evidentemente, consultar o presidente".
Prioridade
Palocci disse que a reforma tributária continua sendo uma prioridade do governo. E que, se essa
reforma ficar para o segundo semestre, o governo terá de dar uma
solução para o fim da CPMF
(Contribuição Provisória sobre
Movimentação Financeira, o imposto do cheque) antes disso.
A idéia original, segundo Palocci, é tratar a CPMF dentro da reforma. Ou seja, a arrecadação de
R$ 24 bilhões anuais da contribuição poderia ser substituída pelo
aumento de outro tributo, por
exemplo. A CPMF é uma contribuição cumulativa (incide sobre
várias etapas da produção), e o
programa de governo do PT fala
em eliminar esse tipo de tributo.
O imposto vai até 2004, mas no
ano que vem a sua alíquota cai para 0,08%. O acordo com o Fundo
Monetário Internacional prevê a
busca de uma compensação para
as perdas até março deste ano.
Apesar de dizer que a reforma
previdenciária é prioritária, o ministro disse que não há definição
sobre o "calendário das reformas". Segundo ele, a sua posição e
a do presidente Luiz Inácio Lula
da Silva é fazer a tributária neste
ano. "Não há definição se ela será
partilhada [fatiada] ou não."
Palocci disse que várias lideranças do governo têm falado sobre a
hipótese de a reforma tributária
não ser feita neste ano. "Mas essa
é uma decisão do presidente."
Texto Anterior: Frases Próximo Texto: Frases Índice
|