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MATO GROSSO DO SUL
Funcionários teriam usado máquina em favor do petista
Zeca renomeia coordenador afastado
FABIANO MAISONNAVE
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CAMPO GRANDE
O governador de Mato Grosso
do Sul, José Orcírio dos Santos, o
Zeca do PT, renomeou ontem o
ex-coordenador estadual do programa estadual de cestas básicas
Neriberto Pamplona, afastado do
cargo em outubro do ano passado
após reportagem da Folha revelar
que ele e seus subordinados faziam reuniões com moradores
pobres para pedir votos a Zeca e a
Luiz Inácio Lula da Silva.
Com a nomeação de Pamplona,
Zeca termina de trazer de volta todos os cinco funcionários de alto
escalão de seu governo que haviam sido afastados às vésperas
do segundo turno, supostamente
por terem usado a máquina pública para pedir votos à reeleição
do governador.
Na reunião que a reportagem
acompanhou, realizada poucos
dias antes do segundo turno, uma
das coordenadoras do programa
pedia votos aos dois petistas. No
final, 32 pessoas deixaram seus
nomes e endereços com a promessa de serem incluídos no programa de cesta básica.
O governo diz que abriu uma
sindicância interna, que absolveu
Pamplona. A Agência Folha não
teve acesso ao documento, sob a
alegação de que é sigiloso.
De acordo com a presidente da
sindicância, Rosimeire Cecília da
Costa, não houve irregularidade
porque as reuniões eram feitas fora do horário de expediente.
Pamplona foi nomeado coordenador de programas, com salário
mensal de cerca de R$ 2.200. Em
entrevista à Agência Folha, o ex-coordenador afirmou que sua
função ainda não foi definida e
que "dificilmente" voltará ao programa de cestas básicas.
Carro oficial
No dia 2 de janeiro, Zeca do PT
renomeu Marlene Rondon para a
direção do Detran, de onde ela havia sido exonerada após ser presa
em flagrante pela Polícia Federal
com propaganda política dentro
de um carro oficial no pátio do órgão. Ela disse à polícia que levaria
o material para o correio "por
orientação do comando do PT".
O advogado do PT Valeriano
Fontoura, disse que não há nenhum processo contra a diretora-adjunta do Detran na Justiça.
Em novembro, o governador
petista reconduziu ao cargo o comandante-geral da Polícia Militar, José Ivan de Almeida, que havia utilizado o serviço de comunicação da corporação para convocar oficiais a um ato pró-Zeca.
Almeida havia sido afastado a
pedido de Justiça Eleitoral, que,
em razão do episódio, aprovou o
envio de tropas federais a Mato
Grosso do Sul no segundo turno.
À época, o governo também não
deu explicações.
Também haviam sido exonerados dois oficiais da PM que haviam pedido votos a Zeca durante
uma reunião de tropa, em Dourados, no interior do Estado. Eles foram recolocados em seus cargos
dois dias após a eleição.
A candidata derrotada no segundo turno, Marisa Serrano
(PSDB), criticou as renomeações:
"Ele só exonerou para uma satisfação momentânea durante a
campanha. Isso é um engodo".
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