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Lula fará diálogo entre
fóruns, dizem ministros
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Os ministros do Trabalho, Jaques Wagner, e da Educação,
Cristovam Buarque, afirmaram
ontem que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva pode estabelecer
uma espécie de diálogo entre os
fóruns de Porto Alegre (RS) e de
Davos (Suíça).
Wagner participou ontem do
seminário Diálogo Nacional sobre a Dimensão Social da Globalização, organizado pelo governo
brasileiro e pela OIT (Organização Internacional do Trabalho)".
"Não se trata de contrapor o fórum de Porto Alegre ao de Davos.
A intenção é estabelecer o diálogo", disse Wagner sobre a participação de Lula nos dois eventos.
O ministro da Educação, Cristovam Buarque, também ressaltou
o papel de Lula como um mediador entre os dois encontros. Segundo o ministro, o discurso de
Lula não mostra "nenhum repúdio à globalização", mas, ao mesmo tempo, enfatiza a importância
de incluir a agenda social no processo de integração dos países.
Buarque defendeu a criação de
um "Plano Marshall" social para
erradicar o trabalho infantil e diminuir o desemprego de adultos
no mundo.
O Plano Marshall foi financiado
pelos Estados Unidos para reconstruir a Europa, devastada pela Segunda Guerra Mundial.
"Se o Plano Marshall foi feito
para recuperar a economia dos ricos, por que não se faz um plano,
não importa o nome, para melhorar a humanidade?", afirmou o
ministro do Trabalho.
Trabalho infantil
Segundo ele, com US$ 40 bilhões seria possível evitar o trabalho de 250 mil crianças. "Parece
muito dinheiro, mas é apenas
0,1% da renda mundial", disse.
De acordo com Cristovam
Buarque, a erradicação do trabalho infantil permitiria a criação de
cerca de 100 mil empregos para
adultos, o que ajudaria a reduzir a
pobreza mundial.
O ministro defendeu a redução
de privilégios no Orçamento brasileiro para viabilizar mais projetos de transferência de renda para
a população mais pobre. Buarque
não disse quais são os gastos
atuais que considera privilégios.
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