|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Palocci quer limitar deduções do IR
SÍLVIA MUGNATTO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O Ministério da Fazenda está fazendo simulações para limitar as
atuais deduções com saúde, educação e dependentes da tabela do
Imposto de Renda das pessoas físicas. Também existem estudos
para acabar com essas deduções.
O ministro da Fazenda, Antonio
Palocci Filho, ainda pediu informações sobre a viabilidade de implementação do Imposto sobre
Grandes Fortunas.
A Folha apurou que o fim das
três deduções, que beneficiam
principalmente a classe média,
renderia cerca de R$ 7 bilhões por
ano. Permaneceriam apenas as
deduções com as previdências
oficial e privada, as relativas ao livro-caixa dos autônomos, pensão
judicial e o desconto de 20% para
quem declara pelo formulário
simplificado.
Além do aumento de arrecadação previsto, o fim das deduções é
considerado socialmente justo
pelos técnicos porque elas são regressivas. Ou seja, desconta mais
quem ganha mais. Uma maneira
de tornar as deduções progressivas seria, portanto, limitar o desconto de acordo com a faixa de
renda do contribuinte.
As deduções com os planos de
previdência permanecem porque
o contribuinte desconta agora para pagar depois, quando receber o
benefício. Além disso, o governo
quer continuar incentivando a
formação de poupança no país.
Queda de arrecadação
Um estudo da Receita de 1999
mostra que as oito deduções permitidas hoje reduziram a arrecadação anual em R$ 10,3 bilhões. O
valor delas naquele ano foi de R$
53,6 bilhões.
Em relação à tabela do Imposto
de Renda, a tendência é propor
um sistema com três alíquotas,
sendo que a maior seria de 35%.
A implementação do Imposto
sobre Grandes Fortunas está prevista na Constituição, mas a Receita sempre considerou o tributo
de difícil fiscalização para gerar
pouca arrecadação.
Mas, como a cobrança do imposto está prevista no programa
do PT para o governo, os técnicos
começaram a analisar a experiência francesa com o Imposto de
Solidariedade. Esse imposto é cobrado uma vez por ano (alíquotas
de até 1,18%) para quem tem patrimônio avaliado em torno de R$
3 milhões.
Os técnicos do Ministério da
Fazenda acreditam que, para facilitar a fiscalização, o imposto poderia ser cobrado apenas uma
vez. Quando houvesse determinado acréscimo no patrimônio,
haveria uma nova taxação. A receita do imposto poderia ser destinada ao programa Fome Zero.
Texto Anterior: Governo recua e votação do PL-9 é adiada Próximo Texto: Dirceu defende rever atuação de agências Índice
|