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Programa do
banco facilitava
envio de dinheiro
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
DO ENVIADO ESPECIAL A BRASÍLIA
O programa de computador criado pela direção geral
do Banestado de Curitiba
(PR) para facilitar o envio de
milhões de dólares por representantes de empresas
"offshore" e doleiros a contas de outros países foi instalado pelo banco "nas dependências" das empresas.
Uma das vantagens exaltadas pelo banco, em comunicados enviados aos clientes,
era a "rapidez com que se
podem processar diversos
pagamentos". Com esse sistema, em menos de 48 horas
o depósito feito por um "laranja" em Foz do Iguaçu
(PR), por exemplo, passava
pela agência nova-iorquina
do Banestado e ia parar numa conta em paraísos fiscais.
O programa possibilitava a
doleiros conhecidos no Brasil, como Alberto Youssef,
que eles próprios preenchessem os formulários e fizessem as operações de transferência de dinheiro.
Num comunicado enviado
em julho de 1995 ao Banco
Araucária de Curitiba, a gerência do Banestado de Nova York informou que o programa fora batizado de
FTCNY ("Funds Transfer
Control/New York").
"As ordens são transmitidas via modem ao Banestado de Nova York. Uma vez
instalado o software por
nosso pessoal da Área de Informática, fica disponibilizada a utilização imediata", explica o ofício assinado pelo
gerente da agência de Nova
York , Ércio Santos.
Uma das vantagens exaltadas pelo banco é a "rapidez
com que se podem processar diversos pagamentos".
Em outro ofício, encaminhado em 1997 à "offshore"
June International, que movimentou US$ 662 milhões e
tem como procurador Alberto Youssef, os gerentes da
agência pediram que as ordens de pagamentos enviadas através do sistema FTC
"sejam claramente identificadas com relação ao ordenante e ao beneficiário da
ordem".
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