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São Paulo, sexta-feira, 21 de fevereiro de 2003

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Programa do banco facilitava envio de dinheiro

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
DO ENVIADO ESPECIAL A BRASÍLIA

O programa de computador criado pela direção geral do Banestado de Curitiba (PR) para facilitar o envio de milhões de dólares por representantes de empresas "offshore" e doleiros a contas de outros países foi instalado pelo banco "nas dependências" das empresas.
Uma das vantagens exaltadas pelo banco, em comunicados enviados aos clientes, era a "rapidez com que se podem processar diversos pagamentos". Com esse sistema, em menos de 48 horas o depósito feito por um "laranja" em Foz do Iguaçu (PR), por exemplo, passava pela agência nova-iorquina do Banestado e ia parar numa conta em paraísos fiscais.
O programa possibilitava a doleiros conhecidos no Brasil, como Alberto Youssef, que eles próprios preenchessem os formulários e fizessem as operações de transferência de dinheiro.
Num comunicado enviado em julho de 1995 ao Banco Araucária de Curitiba, a gerência do Banestado de Nova York informou que o programa fora batizado de FTCNY ("Funds Transfer Control/New York").
"As ordens são transmitidas via modem ao Banestado de Nova York. Uma vez instalado o software por nosso pessoal da Área de Informática, fica disponibilizada a utilização imediata", explica o ofício assinado pelo gerente da agência de Nova York , Ércio Santos.
Uma das vantagens exaltadas pelo banco é a "rapidez com que se podem processar diversos pagamentos".
Em outro ofício, encaminhado em 1997 à "offshore" June International, que movimentou US$ 662 milhões e tem como procurador Alberto Youssef, os gerentes da agência pediram que as ordens de pagamentos enviadas através do sistema FTC "sejam claramente identificadas com relação ao ordenante e ao beneficiário da ordem".


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