São Paulo, terça-feira, 21 de março de 2000


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SÃO PAULO
Clínica não dá informações sobre doença; advogado diz estar fora do caso
Nicéa proíbe boletim sobre saúde

JULIA DUAILIBI
da Reportagem Local


A ex-primeira-dama de São Paulo Nicéa Pitta não autorizou que fosse divulgada qualquer informação sobre seu estado de saúde.
O consultório do hepatologista Hoel Sete Júnior, médico de Nicéa Pitta, disse que não divulgaria informações sobre a saúde da ex-primeira-dama por questões éticas, já que a paciente teria optado por não falar com a imprensa.
O consultório afirmou que não havia consultas marcadas e que o médico não teria ido examinar ontem a ex-primeira-dama.
No sábado, Nicéa Pitta sentiu-se mal e foi até o hospital Oswaldo Cruz fazer exames. Mais tarde, disse aos jornalistas que estavam em frente à sua casa que estava com broncopneumonia.
Nicéa foi diagnosticada pelo gastroenterologista Mário Guimarães Pessoa. Ele trabalha no consultório de Sete Júnior. O hospital Oswaldo Cruz confirmou os exames, mas não o diagnóstico.

Explicações
Nicéa Pitta, apresentou ontem ao Tribunal Criminal de São Paulo a resposta ao pedido de explicações feito pelo senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA).
Em duas páginas, ela manteve todas as denúncias sobre corrupção na prefeitura paulistana desde o último dia 10.
Ela afirmou que ACM, por intermédio do ex-senador Gilberto Miranda (PFL-AM), pressionava o prefeito Celso Pitta para que pagasse dívidas da prefeitura com a construtora OAS. Um dos sócios da OAS é o genro de ACM, César Matta Pires.
O senador pretende processar a ex-primeira-dama por injúria, calúnia e difamação.
Ontem à tarde, procurado pela Folha, o advogado de Nicéa Pitta, Arthur Sampaio, disse estar fora do caso e não confirmou a entrega da resposta ao tribunal. "Não confirmo, pois não estou mais nos autos. Isso me daria problema ético", disse.
Nicéa Pitta recebeu um envelope ontem, de uma senhora identificada apenas pelo sobrenome Paraíso. Ela disse que havia entregue à ex-primeira-dama uma série de documentos que comprovariam o envolvimento de mais pessoas no esquema de corrupção da prefeitura de São Paulo.
Paraíso disse que os documentos estavam engavetados e que estaria fazendo isso para ajudar Nicéa, que seria sua amiga.
À noite, dois funcionários da Telefônica, que teriam ido ao prédio para fazer varredura das linhas telefônicas em busca de grampos, tiveram problemas com a segurança da ex-primeira-dama. Eles foram detidos por cerca de 15 minutos.


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