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SÃO PAULO
Clínica não dá informações sobre doença; advogado diz estar fora do caso
Nicéa proíbe boletim sobre saúde
JULIA DUAILIBI
da Reportagem Local
A ex-primeira-dama de São Paulo
Nicéa Pitta não autorizou que fosse
divulgada qualquer
informação sobre
seu estado de saúde.
O consultório do hepatologista
Hoel Sete Júnior, médico de Nicéa
Pitta, disse que não divulgaria informações sobre a saúde da ex-primeira-dama por questões éticas, já que a paciente teria optado
por não falar com a imprensa.
O consultório afirmou que não
havia consultas marcadas e que o
médico não teria ido examinar
ontem a ex-primeira-dama.
No sábado, Nicéa Pitta sentiu-se
mal e foi até o hospital Oswaldo
Cruz fazer exames. Mais tarde,
disse aos jornalistas que estavam
em frente à sua casa que estava
com broncopneumonia.
Nicéa foi diagnosticada pelo
gastroenterologista Mário Guimarães Pessoa. Ele trabalha no
consultório de Sete Júnior. O hospital Oswaldo Cruz confirmou os
exames, mas não o diagnóstico.
Explicações
Nicéa Pitta, apresentou ontem
ao Tribunal Criminal de São Paulo a resposta ao pedido de explicações feito pelo senador Antonio
Carlos Magalhães (PFL-BA).
Em duas páginas, ela manteve
todas as denúncias sobre corrupção na prefeitura paulistana desde
o último dia 10.
Ela afirmou que ACM, por intermédio do ex-senador Gilberto
Miranda (PFL-AM), pressionava
o prefeito Celso Pitta para que pagasse dívidas da prefeitura com a
construtora OAS. Um dos sócios
da OAS é o genro de ACM, César
Matta Pires.
O senador pretende processar a
ex-primeira-dama por injúria, calúnia e difamação.
Ontem à tarde, procurado pela
Folha, o advogado de Nicéa Pitta,
Arthur Sampaio, disse estar fora
do caso e não confirmou a entrega
da resposta ao tribunal. "Não
confirmo, pois não estou mais
nos autos. Isso me daria problema ético", disse.
Nicéa Pitta recebeu um envelope ontem, de uma senhora identificada apenas pelo sobrenome Paraíso. Ela disse que havia entregue
à ex-primeira-dama uma série de
documentos que comprovariam
o envolvimento de mais pessoas
no esquema de corrupção da prefeitura de São Paulo.
Paraíso disse que os documentos estavam engavetados e que estaria fazendo isso para ajudar Nicéa, que seria sua amiga.
À noite, dois funcionários da
Telefônica, que teriam ido ao prédio para fazer varredura das linhas telefônicas em busca de
grampos, tiveram problemas com
a segurança da ex-primeira-dama. Eles foram detidos por cerca
de 15 minutos.
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