São Paulo, terça-feira, 21 de março de 2000


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ELEIÇÕES 2000
Pré-candidato do PPS anuncia saída da disputa, mas PSB não confirma seu nome na chapa da ex-prefeita
Kapaz desiste para ser vice de Erundina

ANGÉLICA SANTA CRUZ
da Reportagem Local


Pré-candidato do PPS à Prefeitura de São Paulo, Emerson Kapaz retira hoje seu nome da disputa eleitoral e tenta viabilizar-se como vice na chapa de Luiza Erundina (PSB).
Em reunião no diretório municipal do partido, realizada na noite de ontem, o deputado anunciou sua intenção de sair da corrida eleitoral.
Com o anúncio público de sua retirada hoje, Kapaz quer fortalecer seu nome nas negociações com o PSB.
""A hora da aliança é agora. Estamos criando uma alternativa concreta ao malufismo e ao PT", declarou Kapaz, que havia deixado o PSDB no ano passado por não ter conseguido viabilizar sua candidatura no partido.
No último final de semana, Kapaz e Erundina participaram de reuniões em São Paulo para fechar os termos de uma aliança de centro-esquerda.
Em consequência do novo cenário provocado pelas denúncias da ex-primeira-dama Nicéa Pitta, o que se viu nos encontros foi uma mudança de posturas.
Erundina, que antes pressionava pela formação de um acordo, optou por esperar mais antes de fechar o nome do seu vice. Assessores da pré-candidata avaliam que hoje Kapaz é o mais cotado, mas que seria prematuro definir o vice agora, o que poderia afastar outros partidos da aliança. O próximo passo é tentar atrair o PDT.
Kapaz decidiu apressar a composição de uma aliança a partir dos números da pesquisa Datafolha publicada na semana passada.
""A pesquisa deixou claro que quem tem voto na periferia para enfrentar o Maluf é a Erundina", disse Kapaz.
Antes ele preferia manter sua candidatura e empurrar um acordo até, pelo menos, as convenções dos partidos, previstas para serem realizadas em junho.
Kapaz chegou a sugerir que Erundina retirasse seu nome do páreo para atuar como articuladora de uma frente partidária.
Por causa das denúncias de Nicéa Pitta, Erundina foi beneficiada pela transferência de votos antes destinados a Paulo Maluf. Subiu dez pontos percentuais e chegou aos 22% das intenções de voto. Com a arrancada, Erundina ficou em segundo lugar, atrás de Marta Suplicy, do PT, que estacionou perto dos 30%.
Ontem, Erundina confirmou à Folha que prefere esperar antes de escolher seu vice.
"O Kapaz seria um bom nome. Mas, como a gente pretende construir um arco mais amplo de alianças, ainda temos muito para conversar."
Para formar seu "amplo arco de alianças", Erundina ainda pretende conversar com Marcos Cintra (PL), além do PDT.
"O escândalo provocado pelas denúncias de Nicéa Pitta precipitou tudo. Erundina pode ser uma boa alternativa política agora", disse o presidente nacional do PPS, senador Roberto Freire.
O senador também esteve reunido com a pré-candidata do PSB no final de semana.
Ele defende uma composição, ainda no primeiro turno, com o pré-candidato do PSDB, Geraldo Alckmin.
"Quero constranger o Mário Covas para que ele também aceite fazer uma aliança de centro-esquerda encabeçada pela Erundina antes do segundo turno", afirmou ele.
Freire argumenta que o apoio do PSDB agora seria uma espécie de "troco" aos apoios que PPS e PSB tradicionalmente dão aos candidatos tucanos no segundo turno das eleições.

Mangabeira
Roberto Mangabeira Unger, outro pré-candidato do PPS, afirmou considerar prematuro o fechamento de um acordo do partido agora com o PSB. "Erundina pode até vir a ser um bom nome, mas não é neste momento." Unger declarou que apresentará seu nome à convenção do partido em junho e que continuará em campanha à prefeitura.


Colaborou Kennedy Alencar, da Reportagem Local

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