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ELEIÇÕES 2000
Pré-candidato do PPS anuncia saída da disputa, mas PSB não confirma seu nome na chapa da ex-prefeita
Kapaz desiste para ser vice de Erundina
ANGÉLICA SANTA CRUZ
da Reportagem Local
Pré-candidato do
PPS à Prefeitura de
São Paulo, Emerson Kapaz retira
hoje seu nome da
disputa eleitoral e
tenta viabilizar-se como vice na
chapa de Luiza Erundina (PSB).
Em reunião no diretório municipal do partido, realizada na noite de ontem, o deputado anunciou sua intenção de sair da corrida eleitoral.
Com o anúncio público de sua
retirada hoje, Kapaz quer fortalecer seu nome nas negociações
com o PSB.
""A hora da aliança é agora. Estamos criando uma alternativa concreta ao malufismo e ao PT", declarou Kapaz, que havia deixado o
PSDB no ano passado por não ter
conseguido viabilizar sua candidatura no partido.
No último final de semana, Kapaz e Erundina participaram de
reuniões em São Paulo para fechar os termos de uma aliança de
centro-esquerda.
Em consequência do novo cenário provocado pelas denúncias
da ex-primeira-dama Nicéa Pitta,
o que se viu nos encontros foi
uma mudança de posturas.
Erundina, que antes pressionava pela formação de um acordo,
optou por esperar mais antes de
fechar o nome do seu vice. Assessores da pré-candidata avaliam
que hoje Kapaz é o mais cotado,
mas que seria prematuro definir o
vice agora, o que poderia afastar
outros partidos da aliança. O próximo passo é tentar atrair o PDT.
Kapaz decidiu apressar a composição de uma aliança a partir
dos números da pesquisa Datafolha publicada na semana passada.
""A pesquisa deixou claro que
quem tem voto na periferia para
enfrentar o Maluf é a Erundina",
disse Kapaz.
Antes ele preferia manter sua
candidatura e empurrar um acordo até, pelo menos, as convenções
dos partidos, previstas para serem
realizadas em junho.
Kapaz chegou a sugerir que
Erundina retirasse seu nome do
páreo para atuar como articuladora de uma frente partidária.
Por causa das denúncias de Nicéa Pitta, Erundina foi beneficiada pela transferência de votos antes destinados a Paulo Maluf. Subiu dez pontos percentuais e chegou aos 22% das intenções de voto. Com a arrancada, Erundina ficou em segundo lugar, atrás de
Marta Suplicy, do PT, que estacionou perto dos 30%.
Ontem, Erundina confirmou à
Folha que prefere esperar antes
de escolher seu vice.
"O Kapaz seria um bom nome.
Mas, como a gente pretende construir um arco mais amplo de
alianças, ainda temos muito para
conversar."
Para formar seu "amplo arco de
alianças", Erundina ainda pretende conversar com Marcos Cintra
(PL), além do PDT.
"O escândalo provocado pelas
denúncias de Nicéa Pitta precipitou tudo. Erundina pode ser uma
boa alternativa política agora",
disse o presidente nacional do
PPS, senador Roberto Freire.
O senador também esteve reunido com a pré-candidata do PSB
no final de semana.
Ele defende uma composição,
ainda no primeiro turno, com o
pré-candidato do PSDB, Geraldo
Alckmin.
"Quero constranger o Mário
Covas para que ele também aceite
fazer uma aliança de centro-esquerda encabeçada pela Erundina antes do segundo turno", afirmou ele.
Freire argumenta que o apoio
do PSDB agora seria uma espécie
de "troco" aos apoios que PPS e
PSB tradicionalmente dão aos
candidatos tucanos no segundo
turno das eleições.
Mangabeira
Roberto Mangabeira Unger, outro pré-candidato do PPS, afirmou considerar prematuro o fechamento de um acordo do partido agora com o PSB. "Erundina
pode até vir a ser um bom nome,
mas não é neste momento." Unger declarou que apresentará seu
nome à convenção do partido em
junho e que continuará em campanha à prefeitura.
Colaborou Kennedy Alencar, da Reportagem Local
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