São Paulo, quarta-feira, 21 de março de 2001

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RUMO A 2002

Governador do Ceará afirma, pela primeira vez, que não apoiaria Ciro

Tasso diz que Serra teria seu apoio se fosse candidato

FÁBIO GUIBU
DA AGÊNCIA FOLHA, EM RECIFE

O governador do Ceará, Tasso Jereissati (PSDB), disse ontem que apoiaria a candidatura do ministro José Serra (Saúde) à Presidência em 2002 e que, por ser ""homem de partido", não sustentaria o amigo Ciro Gomes (PPS) na corrida pelo Planalto.
A declaração foi dada um dia depois de Tasso ironizar a presença de Serra em palanques do Nordeste com o presidente Fernando Henrique Cardoso. ""Eu não queria estar em palanques. Quero é estar governando meu Estado", disse anteontem. O tom mudou ontem: "Sou um homem de partido. Se (o candidato escolhido) for Serra, apóio Serra".
Em relação a Ciro, seu afilhado político, Tasso disse que não o apoiaria, apesar da amizade que nutre pelo presidenciável. ""Sou homem de partido", repetiu.
É a primeira vez que Tasso fala publicamente que não apoiaria Ciro. Especula-se que o governador, afastado do jogo sucessório no PSDB, poderia aproximar-se do amigo do PPS. Com a declaração de ontem, os sinais se embaralham novamente.
O tucano elogiou Serra, com quem afirmou manter "excelentes relações". Mas disse que acha "qualquer nome, qualquer campanha, nesse momento extremamente negativa para o governo federal e para o país".
Sobre a eventual participação do governador de Pernambuco, Jarbas Vasconcelos (PMDB), como candidato a vice do ministro, Tasso disse que a dupla forma "uma grande chapa".
"O governador Jarbas é um companheiro leal, um homem público do maior valor, um dos melhores governadores que eu conheço, então só posso ter admiração por essa chapa", afirmou. "Não estou sugerindo, mas ele (Jarbas) tem nível e condições políticas e morais para ser até candidato a presidente."
Sobre uma eventual chapa formada pelos governadores de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), e do Maranhão, Roseana Sarney (PFL), a opinião não foi a mesma. "Você está raciocinando sobre hipóteses", disse. "São todos nomes importantes, mas é difícil falar sobre hipóteses."
Tasso falou também sobre o raciocínio de que sua candidatura perdeu força com a morte do governador paulista, Mário Covas, que a havia lançado. "Evidentemente, no momento em que uma pessoa do peso de Covas fala no meu nome, essa questão da candidatura toma uma proporção. Com o seu falecimento, ninguém será candidato de si mesmo."
A eventual participação de Jarbas como candidato a vice de Serra também teve apoio dos governadores do PMDB José Maranhão (Paraíba), e Garibaldi Alves (Rio Grande do Norte).
Já o governador da Bahia, César Borges (PFL), afirmou que seu candidato a presidente é o senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA). Segundo Borges, o governo federal "trabalha hoje deliberadamente pela candidatura de Serra em detrimento de outros nomes de alto nível do PSDB, do PMDB e do PFL".


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