São Paulo, terça-feira, 21 de março de 2006

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Evento marcará expansão de programa

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Dez dias após uma portaria do Ministério da Saúde ter regulamentado a expansão à rede privada do Farmácia Popular, o governo decidiu organizar um evento no Palácio do Planalto para divulgar a medida como mais um item do "pacote de bondades" do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
A decisão de ampliar o programa já havia sido tomada um mês atrás. Além disso, no último dia 10, uma portaria publicada no "Diário Oficial" da União e assinada pelo ministro Saraiva Felipe detalhou as normas de como irão funcionar as parcerias do programa com as principais redes de farmácias e drogarias do país.
Ontem, em reunião pela manhã, Lula e os ministros que integram a coordenação política decidiram organizar uma solenidade específica para o anúncio da expansão do programa, que ocorre nesta quinta no Planalto.
O Farmácia Popular será um dos itens usados pelo PT na campanha, que pode ter Lula como candidato à reeleição, apesar de o presidente ainda não ter assumido que concorrerá. O programa, que somente emplacou um ano e meio após a posse de Lula, foi uma das promessas em 2002.
O atraso na implantação do programa se deveu, em parte, a resistências dentro do ministério, à época sob o comando de Humberto Costa. As primeiras unidades começaram a ser implantadas em junho de 2004, por ordem de Lula. Pelo programa, o governo vende remédios a baixo custo, produzidos principalmente por laboratórios oficiais. O gasto anual é de cerca de R$ 72 milhões.
A intenção é criar até o fim do ano 2.000 balcões do Farmácia Popular em estabelecimentos particulares no país. A portaria publicada pela Saúde prevê, nesta etapa, descontos de até 90% (calculados a partir do valor de referência) para cerca de 200 medicamentos destinados a pacientes com diabetes e hipertensão.
As farmácias que aderirem deverão exibir adesivos externos, móbiles ou banners de identificação, fornecidos pelo ministério.

Charuto gigante
Afirmando ter perdido mercado no exterior depois da queda do dólar, o empresário baiano André Dias, 65, quer aproveitar a viagem de Lula ao Estado para impulsionar a venda dos 20 mil charutos que fabrica por mês em Cruz das Almas (142 km de Salvador). Dias pretende entregar hoje a Lula um charuto de 2 metros e 30 cm de diâmetro, durante a visita que Lula fará à cidade para lançar a Universidade Federal do Recôncavo.
Dias, que há quase dois anos criou o "Dom Lula"-marca em homenagem a Lula-, disse que gastou cerca de 30 mil folhas de fumo para fabricar o presente.
Dias justificou o nome da linha de charutos segundo uma lenda do Recôncavo Baiano. "Dom Luiz era um fantasma namorador, virava e mexia era apontado como o responsável pela gravidez de algumas mulheres charuteiras. Pouco tempo depois [de Lula ser eleito], as pessoas passaram a chamar o fantasma de Dom Lula." (EDUARDO SCOLESE E LUCIANA CONSTANTINO)


Colaborou LUIZ FRANCISCO, da Agência Folha, em Salvador

Texto Anterior: Análise: Partido festeja seu caos
Próximo Texto: Eleições 2006/Presidência: Alckmin quer candidatura de Maia no Rio
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.