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Requião ataca mídia "golpista", e Lula o apóia
DA AGÊNCIA FOLHA, EM FOZ DO IGUAÇU
O governador do Paraná,
Roberto Requião (PMDB),
aproveitou o evento de ontem em Foz do Iguaçu (PR)
com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva
para criticar mais uma vez a
imprensa, tachando-a de
"subordinada ao mercado" e
"golpista". Ao final, ele recebeu o apoio do presidente.
Ao ser anunciado para falar em evento do governo federal na usina de Itaipu, o governador disse que a mídia é
"subordinada ao mercado" e
quer "depor" o presidente.
Requião abriu o discurso
com ironias sobre o tratamento que seria dado ao
evento de Foz hoje nos jornais. Ele passou a elencar supostas manchetes. "A primeira delas [manchetes]:
dão a palavra ao governador
Requião, e o presidente Lula
foge do palco", disse, ao se referir a uma ida de Lula ao banheiro. Em seguida, Requião
afirmou que não interessa
aos meios de comunicação
noticiar fatos positivos.
"Você abre um jornal do
Paraná e do Brasil e parece
que não acontece nada de
bom no território. O crime
ocorreu numa pequena cidade do interior do Estado do
Norte ou do Sul e é transformado em manchete nacional. Como diz o [jornalista]
Paulo Henrique Amorim,
presidente Lula, é o famoso
PIG (Partido da Imprensa
Golpista). A imprensa golpista quer, de qualquer forma,
depor o governo popular."
Em janeiro, Requião foi
proibido de usar o programa
"Escola de Governo", da TV
Educativa do Estado, para
ofender a imprensa e seus
adversários.
Após a decisão, ele apareceu na TV com o som cortado
e a palavra "censurado" na
tela, e acabou sendo multado
em R$ 50 mil por descumprir a decisão.
Na época, Requião afirmou que precisava da TV pública para se comunicar diretamente com a população:
"Não posso ficar com o governo inteiro ao sabor da opinião da mídia paga, subsidiada pelo capital e pelos interesses". Disse ainda que
"parte da imprensa" se mostrou "entusiasta da censura"
ao apoiar decisão judicial
que o proibiu de usar a TV.
No final de seu pronunciamento, Lula apoiou o discurso do governador do Paraná.
O presidente afirmou que
depois dos 60 anos de idade
"não vale a pena ter azia por
ter lido alguma coisa em alguma coluna". Para Lula, "o
povo está mais esperto" e
não precisa mais de "atravessadores" para saber o que está acontecendo no país.
"Eu acho que você [Requião] não tem que perder
tempo brigando. O povo é inteligente demais. Teve um
tempo no Brasil que se achava que tinha formadores de
opinião que falavam pelo povo. É como se fossem um
atravessador, um intermediário. Hoje o povo está mais
esperto, hoje [a população
diz]: "Eu não preciso de tradutor'", afirmou o presidente.
(DIMITRI DO VALE)
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