São Paulo, quarta-feira, 21 de abril de 2004

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Sobrevivente diz que índio liberou entrada

DA AGÊNCIA FOLHA, EM
ESPIGÃO D'OESTE (RO)

Um dos sobreviventes do massacre dos garimpeiros em Rondônia, Antônio Rosa, 48, disse ontem que os garimpeiros tinham autorização de um grupo de índios cinta-larga para entrar na terra indígena Roosevelt, desde que não fossem ao garimpo principal, chamado Baixão do Laje.
O ataque ao grupo de 150 garimpeiros ocorreu depois de terem explorado por pelo menos dez dias diamantes em um local conhecido como Grotinha.
Segundo ele, os índios atacaram, por volta de 11h, atirando com espingardas calibre 12, revólveres e pistolas. Três homens morreram no local, e 26 foram amarrados, levados para uma área a 2 km dali e assassinados.
Polícia Federal e garimpeiros confirmam a versão. Segundo PF, Funai e garimpeiros, os 29 mortos teriam sido mortos por índios contrários à extração de diamantes. Parte dos guerreiros veio da aldeia dos cinta-larga em Juína (MT) para o massacre dos garimpeiros, disse ontem o delegado federal Mauro Sposito, que investiga as mortes.
Coordenador da Funai em Rondônia e acusado pelo governador Ivo Cassol (PSDB) de envolvimento no massacre, Walter Blós disse ontem que rompeu o "elo" entre índios e financiadores do garimpo e devolveu a acusação: Cassol estaria tentando explorar a extração de diamantes da reserva indígena. O governador disse que Blós está enganado. (HC)


Colaborou o enviado especial a Porto Velho

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