São Paulo, sexta-feira, 21 de abril de 2006

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PAINEL

Amigo, amigo
Do longo e repetitivo depoimento de Márcio Thomaz Bastos se sobressaiu, no entender da oposição, o esforço para poupar Antonio Palocci. O ex-ministro, dizem os deputados, seria o único com bala para desconstruir a defesa do titular da Justiça.

Dor de cabeça
Thomaz Bastos foi à Câmara ontem escoltado por quase uma dezena de assessores. Faltaram, porém, Cláudio Alencar e Daniel Goldberg, ambos personagens do "caseirogate".

Tiro no pé
Entre incrédulo e bem-humorado, um dos assessores do ministro comentava, durante intervalo, que o momento de maior tumulto da sessão foi provocado justamente por deputados da base aliada.

No forno
A oposição cobrará o fato de Thomaz Bastos não ter respondido se o Coaf participou da violação do sigilo de Francenildo. Vem aí um requerimento para que o órgão esclareça se foi acionado por Palocci e como agiu.

Monólogo
O líder da minoria na Câmara, José Carlos Aleluia (PFL-BA) raciocina: "Quando os outros tiveram de sair, foi sempre Márcio Thomaz Bastos quem disse a Lula: "Não dá mais". Agora não há quem avise o presidente. Então o ministro vai ficando".

Quem é quem?
Eduardo Suplicy (PT-SP) interrompeu reunião de líderes com Renan Calheiros (PMDB-AL), na terça, para defender que Thomaz Bastos deveria, sim, comparecer ao Senado. Levou uma descompostura de ACM (PFL-BA): "Se esclarecer tudo na Câmara, não virá".

Temos que pegar
O "doador universal" Paulo Okamotto foi chamado de "Pokemotto" num lapso cometido em entrevista pelo deputado Valdemir Moka (PMDB-MS).

Limpem a área
Anteontem, ao ser informado da manifestação que o aguardava em Porto Alegre, Lula deu a senha para que seguranças da Presidência fizessem o necessário para coibi-la. Irritado, avisou: "Quero chegar lá sem nenhum tipo de problema".

Café com leite
O PSDB bateu o martelo: ratificará a candidatura de Geraldo Alckmin em Minas, onde Lula lidera com folga e Itamar Franco pode criar problema ainda maior. A convenção de Belo Horizonte será em 10 de junho, para que o tucano não divida atenções com a seleção, cuja estréia na Copa se dará no dia 13.

Curriculum vitae
Foi descrita como "ritualística" a conversa entre Jorge Bornhausen e os potenciais vices de Alckmin. Mais calado, José Jorge disse apenas que abriu mão de se recandidatar ao Senado e que não quer voltar à Câmara. Já José Agripino fez extensa defesa de sua atuação e elencou apoios.

Velas para todos
Depois de visitar Pernambuco, terra de José Jorge, Alckmin embarcou ontem para o Rio Grande do Norte, base de Agripino. Além do senador, estavam com o candidato os tucanos Tasso Jeireissati e Sérgio Guerra.

Calculadora
Durante ato em Porto Alegre na próxima segunda-feira, Alckmin receberá o apoio formal de dois candidatos do PP a governador: Francisco Turra (RS) e Espiridião Amin (SC).

Halloween
Circula pela Internet uma mensagem apócrifa conclamando pessoas a saírem hoje e amanhã de preto às ruas em sinal de "luto contra a falta de vergonha" da Câmara pela absolvição dos mensaleiros. O manifesto recomenda ainda que sejam colocados panos pretos nas janelas.

TIROTEIO

Do líder da bancada do PSDB na Câmara, Jutahy Júnior (BA), sobre a performance de Márcio Thomaz Bastos na Comissão de Constituição e Justiça:
-O ministro afirma ter informado ao presidente da República a gravidade dos fatos. Ainda assim, Lula providenciou para Palocci uma despedida apoteótica, como se ele fosse a vítima, e não o algoz do caseiro.

CONTRAPONTO

Teoria da conspiração

Na semana passada, a Comissão de Finanças e Orçamento da Assembléia Legislativa paulista preparava-se para debater a Lei de Diretrizes Orçamentárias quando o deputado Vaz de Lima (PSDB) chegou à sessão.
Lima, governista levado ao noticiário por ter pedido anúncios da Nossa Caixa para um jornal do interior, caminhou em direção a uma cadeira vazia ao lado da qual estava sentada uma assessora parlamentar.
O assento escolhido pelo deputado, porém, estava quebrado, e ele quase foi ao chão. Assustado, Lima levantou-se rapidamente e ainda conseguiu fazer piada de sua situação:
-Estão querendo me derrubar mesmo! Ou é o Tuma, que colocou essa bela assessora aqui, ou então é o Crespo.
Tuma Júnior (PMDB) é o corregedor da Casa. Caldini Crespo (PFL), um dos rebeldes da base aliada, preside a comissão.


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