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Lei gera dúvidas sobre imagem de CPI em campanha
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A aprovação nesta semana do
projeto de lei que altera regras
eleitorais criou uma dúvida jurídica sobre a possibilidade de utilização de imagens de CPIs na propaganda eleitoral gratuita dos
candidatos na televisão, já que foi
proibida a exibição de cenas externas nesses programas.
Se a lei for sancionada com essa
proibição e aplicada nestas eleições, o TSE (Tribunal Superior
Eleitoral) terá de definir qual é o
conceito de cena externa e dizer se
está restrita a imagens gravadas
fora do estúdio com a finalidade
exclusiva de produzir o programa
eleitoral ou se inclui arquivos jornalísticos, como depoimentos dados aos parlamentares nas CPIs.
Tanto a CPI dos Correios, já encerrada, quanto a CPI dos Bingos,
que continua, atingem integrantes do governo e petistas, principalmente. Em tese, o presidente
Luiz Inácio Lula da Silva pode vetar a lei parcial ou integralmente.
Se sancioná-la com essa proibição, o TSE decidirá se essa e as outras normas valem neste ano e,
por fim, o que é imagem externa.
O projeto afirma que os programas eleitorais e as inserções ao
longo da programação de rádio e
de televisão "serão gravados em
estúdio e deles somente poderão
participar o candidato e filiados a
seu partido, sendo vedadas as gravações externas, montagens e trucagens, computação gráfica, desenhos animados, efeitos especiais e
conversão para vídeo de imagens
gravadas em películas cinematográficas".
O ministro do STF (Supremo
Tribunal Federal) Marco Aurélio
de Mello, que assumirá a presidência do TSE na próxima semana, disse que em princípio é contra a proibição, mas afirmou desconhecer o teor do projeto. "O
próprio candidato deve ter interesse de que qualquer pessoa conheça o seu perfil. Se ele tem algo
a esconder, não deve ser candidato", afirmou.
O uso de imagem externa foi
proibido na campanha eleitoral
de 1994. Dois ministros que atuaram no TSE naquelas eleições entendem que as cenas de arquivo
de depoimentos prestados a CPIs
se enquadram nessa proibição.
Outro ex-ministro do TSE disse
que é polêmico criar limitações à
propaganda em um momento no
qual os atuais membros do Congresso estão com a imagem desgastada. Os maiores prejudicados
seriam os candidatos desconhecidos, que terão menor chance de
aproveitar o espaço no rádio e na
televisão para se promover.
(SILVANA DE FREITAS)
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