São Paulo, quarta-feira, 21 de abril de 2010

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Dilma diz que não é "Pitta, nem Lula é Maluf"

Afirmação da pré-candidata do PT à Presidência é uma resposta à comparação feita por José Serra na semana passada

Questionada, em uma das entrevistas que deu a rádios do Nordeste, sobre invasões do MST, disse não concordar com ações ilegais do grupo


ESTELITA HASS CARAZZAI
DA AGÊNCIA FOLHA
MATHEUS MAGENTA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SALVADOR

A pré-candidata à Presidência Dilma Rousseff (PT) afirmou ontem que ela não é "Pitta, nem [o presidente] Lula é Maluf", em referência a uma comparação feita pelo pré-candidato tucano José Serra.
A declaração foi dada em entrevista à rádio Jornal, de Recife, cujo apresentador questionou, após citar o comentário de Serra, qual seria o papel de Lula num eventual governo Dilma.
Na semana passada, em entrevista à rádio Bandeirantes, Serra citou a sucessão do ex-prefeito de São Paulo Paulo Maluf (PP) pelo apadrinhado político Celso Pitta, morto no ano passado, para dizer que "não necessariamente o sucessor replica o antecessor".
"Lembra o que ocorreu em São Paulo? O Maluf estava bem avaliado e bancou o Pitta. O Pitta foi diferente do Maluf ou não foi? Foi outra coisa", disse.
Ontem, a petista voltou a se identificar com a continuidade do governo Lula, reforçando o caráter plebiscitário das eleições. A ex-ministra disse que Lula será seu "conselheiro" e que "aprendeu o caminho" com ele, mas que terá autonomia, como presidente, para decidir por conta própria.
Dilma deu entrevistas a três rádios do Nordeste, repetindo a estratégia adotada por Serra na semana passada. Em alguns momentos, ela gaguejou, repetiu frases e perdeu a linha de raciocínio. "Dá uma tremelicada no início, depois engrena uma primeira e vai", comentou, quando questionada sobre sua habilidade com o microfone.
A petista comparou novamente o pré-candidato tucano a uma "biruta de aeroporto", que muda de opinião "conforme os interesses e o público". A ex-ministra destacou os investimentos do governo federal nos Estados, especialmente em São Paulo, como o Rodoanel e a urbanização de favelas.
"Nós não estamos fazendo promessas. Estamos mostrando que quem fez mais pode fazer mais", declarou à rádio Correio, da Paraíba.
Questionada sobre a onda de protestos dos trabalhadores sem terra, a ex-ministra disse que não concorda com ações ilegais do grupo e que não seria cabível usar o boné do MST. "Governo é governo, movimento é movimento", declarou à rádio de Pernambuco, Estado que registrou o maior número de ações do movimento.
Em 2003, Lula causou polêmica ao usar um boné do MST.


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