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Dilma diz que não é "Pitta, nem Lula é Maluf"
Afirmação da pré-candidata do PT à Presidência é uma resposta à comparação feita por José Serra na semana passada
Questionada, em uma das entrevistas que deu a rádios do Nordeste, sobre invasões do MST, disse não concordar com ações ilegais do grupo
ESTELITA HASS CARAZZAI
DA AGÊNCIA FOLHA
MATHEUS MAGENTA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SALVADOR
A pré-candidata à Presidência Dilma Rousseff (PT) afirmou ontem que ela não é "Pitta,
nem [o presidente] Lula é Maluf", em referência a uma comparação feita pelo pré-candidato tucano José Serra.
A declaração foi dada em entrevista à rádio Jornal, de Recife, cujo apresentador questionou, após citar o comentário de
Serra, qual seria o papel de Lula
num eventual governo Dilma.
Na semana passada, em entrevista à rádio Bandeirantes,
Serra citou a sucessão do ex-prefeito de São Paulo Paulo
Maluf (PP) pelo apadrinhado
político Celso Pitta, morto no
ano passado, para dizer que
"não necessariamente o sucessor replica o antecessor".
"Lembra o que ocorreu em
São Paulo? O Maluf estava bem
avaliado e bancou o Pitta. O Pitta foi diferente do Maluf ou não
foi? Foi outra coisa", disse.
Ontem, a petista voltou a se
identificar com a continuidade
do governo Lula, reforçando o
caráter plebiscitário das eleições. A ex-ministra disse que
Lula será seu "conselheiro" e
que "aprendeu o caminho" com
ele, mas que terá autonomia,
como presidente, para decidir
por conta própria.
Dilma deu entrevistas a três
rádios do Nordeste, repetindo a
estratégia adotada por Serra na
semana passada. Em alguns
momentos, ela gaguejou, repetiu frases e perdeu a linha de raciocínio. "Dá uma tremelicada
no início, depois engrena uma
primeira e vai", comentou,
quando questionada sobre sua
habilidade com o microfone.
A petista comparou novamente o pré-candidato tucano
a uma "biruta de aeroporto",
que muda de opinião "conforme os interesses e o público". A
ex-ministra destacou os investimentos do governo federal
nos Estados, especialmente em
São Paulo, como o Rodoanel e a
urbanização de favelas.
"Nós não estamos fazendo
promessas. Estamos mostrando que quem fez mais pode fazer mais", declarou à rádio Correio, da Paraíba.
Questionada sobre a onda de
protestos dos trabalhadores
sem terra, a ex-ministra disse
que não concorda com ações
ilegais do grupo e que não seria
cabível usar o boné do MST.
"Governo é governo, movimento é movimento", declarou à rádio de Pernambuco, Estado que
registrou o maior número de
ações do movimento.
Em 2003, Lula causou polêmica ao usar um boné do MST.
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