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Promotor vê atos ilegais em pré-campanha
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE
O promotor mineiro Edson
Resende considera ilegais atos
praticados em eventos dos pré-candidatos Dilma Rousseff
(PT) e José Serra (PSDB) em
Minas, flagrados pela Folha.
Resende, que coordena os
351 promotores do Centro de
Apoio Operacional Eleitoral do
Ministério Público do Estado,
vê como pedido de voto "quase
explícito" a faixa aberta na
principal praça de Ouro Preto,
no dia 6 de abril, para recepcionar Dilma. Dizia: "Minas Gerais é Dilma presidente e Hélio
Costa governador".
Nesse evento, a faixa, que era
segurada por militantes peemedebistas, era assinada pelo
"PMDB-MG", partido do senador Hélio Costa, que pode ser
responsabilizado no caso de
abertura de inquérito.
A Lei Eleitoral só permite
manifestações desse tipo em
recinto fechado nessa fase inicial da campanha, quando as
convenções de junho ainda não
oficializaram as candidaturas.
No encontro com Serra, anteontem, em Belo Horizonte,
muitos prefeitos foram com os
carros das prefeituras. Para o
promotor, o uso de carro oficial
em ato eleitoral configura "improbidade administrativa" por
parte dos prefeitos. Apenas no
quarteirão em frente ao local,
havia sete carros oficiais com
placas na cor preta e inscrição
do Poder Executivo.
O PMDB-MG disse desconhecer a autoria da faixa. Afirmou que não tem controle sobre os militantes, mas que os
tem orientado a não fazer campanha antecipada.
O prefeito Paulo Silva (PV),
de Santa Rita do Sapucaí, disse
não considerar ilegal o uso do
carro, pois cumpria agenda oficial na capital. Antonio Cruz
(DEM), de Sericita, disse que o
carro da prefeitura estava em
BH para assuntos oficiais. O
prefeito de Peçanha, Marcos
Godinho (PRB), afirmou não
ver irregularidade.
A reportagem não encontrou
os prefeitos João Pires (PP), de
Congonhas do Norte; Adeilson
Oliveira (PDT), de Cantagalo;
Milton Quadros (PSDB), de
Carlos Chagas; e Gentil Costa
(PSDB), de Rio Piracicaba.
(PAULO PEIXOTO e RODRIGO VIZEU)
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