da Sucursal de Brasília

O Ministério Público no Rio apreendeu na casa do ex-presidente do Banco Central Francisco Lopes uma agenda com logotipo do Banco Marka, contendo anotações sobre contatos com bancos e empresas.
Segundo o relator da CPI, senador João Alberto (PMDB-MA), a agenda traz "o plano de trabalho do ex-presidente do BC, relatando com quem deveria conversar".
A agenda, de acordo com o senador, é de 1999. João Alberto afirmou ainda que, nas anotações, há menções sobre a empresa de consultoria Macrométrica, da qual Lopes foi sócio.
"As anotações demonstram que, mesmo depois de ir para o Banco Central, Lopes continuava dando as cartas na Macrométrica", disse o relator, ressaltando que essa foi a opinião manifestada pelos procuradores que comandaram as buscas de documentos no Rio de Janeiro.
As relações entre Lopes e a Macrométrica se tornaram um dos pontos mais importantes das investigações da CPI, embora até agora não esteja estabelecida a relação entre a empresa e um eventual vazamento de informações ao mercado.

Indícios
Até aqui, há fortes indícios da influência de Lopes na Macrométrica. Não se sabe, porém, se Lopes beneficiou a empresa com informações sigilosas nem se a empresa passou as informações a terceiros.
O senador pretende analisar a agenda nos próximos dias para verificar se há alguma anotação que indique a existência de vazamento de informações privilegiadas a bancos.
Se houver informações comprometedoras, a agenda ainda deverá ser periciada para verificar se a grafia é mesmo de Lopes.
A existência da agenda foi revelada anteontem, durante relato feito à CPI pelo procurador Arthur Gueiros, um dos envolvidos nas investigações do Ministério Público.
O auto de apreensão mostrado aos senadores também indica que, além da agenda de 1999, Lopes guardava em casa outra agenda do Banco Marka, do ano de 1997.


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