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Procuradores negam
violação de sigilo
ABNOR GONDIM
da Sucursal de Brasília
Procuradores da República no
Rio de Janeiro afirmaram ontem
que não foi violado nenhum documento lacrado recolhido, na semana passada, nos bancos Marka e
FonteCindam e nas casas dos seus
controladores e do ex-presidente
do Banco Central Francisco Lopes.
O procurador Arthur Gueiros
disse que estava em um envelope
sem lacre a carta encontrada no
apartamento do ex-presidente do
BC, atribuída a seu ex-sócio Sérgio
Bragança, da consultoria Macrométrica, sobre suposto US$ 1,675
milhão depositado no exterior à
disposição de Lopes.
"Não violamos o sigilo de nenhuma correspondência", disse Gueiros, após reunião no Conselho Superior do Ministério Público Federal, que aprovou nota de apoio à
atuação dos procuradores.
"A carta estava acautelada em
um envelope, sem remetente, sem
destinatário e só com uma anotação", afirmou a procuradora Raquel Branquinho, integrante da
equipe de procuradores no Rio que
investiga o socorro do BC aos bancos Marka e FonteCindam durante
a desvalorização do real.
Segundo ela, nas diligências, os
procuradores tomaram o cuidado
de não violar o sigilo de outras correspondências lacradas apreendidas. Por isso, disse a procuradora,
foi solicitada autorização para a
abertura das correspondências à
juíza da 6ª Vara Federal do Rio,
Ana Paula Vieira.
O pedido foi encaminhado com a
relação dos itens apreendidos durante as diligências. Segundo os
procuradores, esse procedimento
atende às formalidades que devem
ser cumpridas em operações de
busca e apreensão, conforme o Código de Processo Penal. Na avaliação de Raquel Branquinho, se for
comprovada a autenticidade dos
documentos, estará demonstrada
a falta de seriedade nessas questões
políticas e econômicas".
Além de Raquel Branquinho e
Arthur Gueiros, os procuradores
Bruno Acioli e Davy Lincoln também investigam também supostos
crimes financeiros praticados durante a desvalorização do real. Eles
almoçaram ontem com o procurador-geral da República, Geraldo
Brindeiro.
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