São Paulo, Quarta-feira, 21 de Abril de 1999
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Procuradores negam violação de sigilo

ABNOR GONDIM
da Sucursal de Brasília

Procuradores da República no Rio de Janeiro afirmaram ontem que não foi violado nenhum documento lacrado recolhido, na semana passada, nos bancos Marka e FonteCindam e nas casas dos seus controladores e do ex-presidente do Banco Central Francisco Lopes.
O procurador Arthur Gueiros disse que estava em um envelope sem lacre a carta encontrada no apartamento do ex-presidente do BC, atribuída a seu ex-sócio Sérgio Bragança, da consultoria Macrométrica, sobre suposto US$ 1,675 milhão depositado no exterior à disposição de Lopes.
"Não violamos o sigilo de nenhuma correspondência", disse Gueiros, após reunião no Conselho Superior do Ministério Público Federal, que aprovou nota de apoio à atuação dos procuradores.
"A carta estava acautelada em um envelope, sem remetente, sem destinatário e só com uma anotação", afirmou a procuradora Raquel Branquinho, integrante da equipe de procuradores no Rio que investiga o socorro do BC aos bancos Marka e FonteCindam durante a desvalorização do real.
Segundo ela, nas diligências, os procuradores tomaram o cuidado de não violar o sigilo de outras correspondências lacradas apreendidas. Por isso, disse a procuradora, foi solicitada autorização para a abertura das correspondências à juíza da 6ª Vara Federal do Rio, Ana Paula Vieira.
O pedido foi encaminhado com a relação dos itens apreendidos durante as diligências. Segundo os procuradores, esse procedimento atende às formalidades que devem ser cumpridas em operações de busca e apreensão, conforme o Código de Processo Penal. Na avaliação de Raquel Branquinho, se for comprovada a autenticidade dos documentos, estará demonstrada a falta de seriedade nessas questões políticas e econômicas".
Além de Raquel Branquinho e Arthur Gueiros, os procuradores Bruno Acioli e Davy Lincoln também investigam também supostos crimes financeiros praticados durante a desvalorização do real. Eles almoçaram ontem com o procurador-geral da República, Geraldo Brindeiro.


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