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Faltam ações sociais, afirma CNA
DA REPORTAGEM LOCAL
Segundo Getúlio Pernambuco, economista da Confederação Nacional da Agricultura, a renda média no campo caiu em função de um colapso recente dos preços de produtos agrícolas.
"Essa situação resulta da combinação entre queda nos valores internacionais de produtos como milho e algodão e aumento na importação deles, que derrubou os preços no mercado interno", diz.
Ele afirma que a sobrevalorização do real até janeiro de 1999, que barateou as importações, prejudicou pequenos produtores, principalmente no Sul e Nordeste.
Segundo Pernambuco, o aumento da concentração de renda nas regiões onde ela cresceu entre 1995 e 1998 é responsabilidade da política agrícola do governo.
"Sempre que a renda cresce, há tendência de se aumentar a concentração. Isso pode ser revertido com políticas públicas compensatórias, como investimentos em educação e saúde. A falta destas políticas preocupa, porque pode ser mais combustível para a instabilidade no setor rural", diz.
Mão-de-obra
Célio Porto, diretor do Departamento de Economia Agrícola do Ministério da Agricultura, descarta uma queda da renda no campo.
Ele cita pesquisa da Fundação Getúlio Vargas, segundo a qual o custo da mão-de-obra quase triplicou, em valores nominais -de R$ 100 em agosto de 1994, passou a R$ 279 em setembro de 1999.
"A mão-de-obra no campo subiu mais que combustíveis e sementes, por exemplo", diz.
(FZ)
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