São Paulo, segunda-feira, 21 de maio de 2001

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"CPI ganhou mais força", diz ACM

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) espera que a retomada do caso Marka desvie o foco da investigação sobre a violação do painel eletrônico do Senado e lhe dê mais tempo para tentar evitar a cassação. "Isso é evidente. O cenário agora mudou, e a CPI ganhou mais força", disse.
ACM qualificou como "muito graves" as denúncias publicadas pela revista "Veja" de que o ex-diretor do Banco Central Francisco Lopes vendia informações privilegiadas ao mercado, com o conhecimento do ministro da Fazenda, Pedro Malan, e do ex-ministro Clovis Carvalho (Casa Civil). "É preciso apurar isso imediatamente", afirmou.
ACM caminhava pelas ruas de Salvador no sábado pela manhã quando recebeu a notícia: "Xi, que horror, hein? Meu Deus!", exclamou. Anteontem, ACM participou de inaugurações em Feira de Santana. O pefelista procura manter inalterada a agenda no Estado, para tentar manter a popularidade, arranhada pela escalada de protestos da semana passada.
Mesmo diante da gravidade das denúncias, ACM disse que por ora não vai assinar o pedido de CPI da corrupção no Senado, mesmo se o requerimento for alterado para incluir o Marka.
Com o novo escândalo em pauta, ele crê que terá mais tempo para trabalhar na sua defesa: "As pessoas falam como se tudo acabasse no Conselho de Ética, mas não acaba. A Mesa [Diretora" ainda receberá o que vem do conselho, vai estudar e só então dizer se abre ou não o processo", disse.
ACM olha para a frente. Sabe que é difícil vencer no conselho, que deverá aprovar, na quarta-feira, o parecer de Saturnino Braga (PSB-RJ) recomendando a abertura de processo de cassação contra ele e José Roberto Arruda (sem partido-DF) por violação do sigilo de uma votação secreta.
Mesmo assim, trabalha para reunir argumentos que possam mudar o jogo quando o caso chegar à Mesa: "Tem o resultado da perícia da fita feita pela Polícia Federal, mostrando que houve falhas no conteúdo apresentado no relatório de Saturnino". O pefelista e seus advogados preparam novo memorial de defesa para a Mesa, que deverá ter pouca influência, já que nessa fase não é analisado o mérito da representação.
O voto em separado que o senador Paulo Souto (PFL-BA) apresentará na quarta não deve obter adesões além dos cinco pefelistas no conselho.
No fim de semana foram dissipadas as últimas possibilidades de apoio: os tucanos Osmar Dias (PR) e Lúcio Alcântara (CE), os peemedebistas Amir Lando (RO) e Nabor Jr. (AC) e Lauro Campos (sem partido-DF) seguirão o parecer de Saturnino. (ANDRÉA MICHAEL e VERA MAGALHÃES)



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