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Saída é a expansão no mercado externo
DO ENVIADO ESPECIAL AO RIO
Uma das vias para diminuir a
dependência externa do Brasil seria a de "multinacionalizar" as
empresas brasileiras, para que o
país possa "aumentar a receita de
remessas de lucros e dividendos e
a participação no mercado externo", diz Antônio Corrêa de Lacerda, da Sobeet. Com o envio de dólares do exterior para cá, diminuiria o rombo nas contas correntes.
O fórum examinou quatro experiências nessa direção. O embaixador Jório Dauster, que dirige
a Companhia Vale do Rio Doce,
privatizada há quatro anos e uma
das gigantes mundiais na área de
minério de ferro, mostrou a expansão internacional da empresa.
Quando estatal, ela já tinha filiais
na França e nos EUA. "Em 2000
compramos 40% de uma empresa no Golfo."
A idéia é expandir ainda mais e
Dauster cogita abrir uma sede em
Londres, o que poderia facilitar a
captação de recursos externos a
juros mais baixos. O custo do dinheiro, alto dentro do Brasil e caro para os brasileiros, por serem
brasileiros, quando tomado no
exterior é também preocupação
do empresário Jorge Gerdau.
O Grupo Gerdau fabrica aço e
começou a se estabelecer fora do
Brasil timidamente em 1991. Hoje
a empresa tem usinas também
nos EUA, no Canadá, no Chile e
na Argentina. "Eu resolvi não descansar enquanto não fizéssemos
as coisas tão bem feitas quanto os
japoneses", disse Gerdau.
Na opinião de economistas presentes no fórum, a capacidade
produtiva do Brasil na área do aço
deixa a dos EUA e a da Europa,
onde essa indústria está em crise,
bem para trás.
A terceira experiência relatada
foi a do Grupo Odebrecht. Emílio
Odebrecht explicou a trajetória
internacional da empresa, que exporta serviços de engenharia para
o Peru, Chile, Angola, Portugal,
Inglaterra, Rússia, EUA, Malásia e
Cingapura. "Na década de 90, o
valor de serviços exportados atingiu cerca de US$ 12 bilhões."
A última exposição foi a de Pedro Luiz Barreiros Passos, presidente de operações da Natura.
Embora seja uma iniciativa mais
recente, foi fundada como uma
pequena empresa em 1969, a Natura já tem filiais na Argentina, no
Chile, no Peru e nos EUA. Passos
acentuou que o potencial de expansão é grande: "O Brasil tem a
maior biodiversidade do planeta e
ainda importa fitoterápicos".
O presidente do BNDES, Francisco Gros, disse que as empresas
que quiserem ser globais precisarão ser dominantes no mercado
interno. "Para enfrentar o mercado global é preciso ter porte."
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