São Paulo, domingo, 21 de maio de 2006

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Presidente de entidade nega problemas

DA REPORTAGEM LOCAL

O presidente da ONG petista, Mauro dos Santos Barbosa, nega haver ligação entre a RCT e a TVT, diz que "eram entidades distintas". Ele confirma, porém, a subcontratação pela Contexto.
"A RCT, que era uma entidade sem fins lucrativos, nunca foi contratada pela Prefeitura de São José. Ela era contratada para fazer produção de vídeos pela agência Contexto, que atendia a prefeitura", afirmou ele por e-mail, em resposta a um questionário enviado pela Folha.
O argumento de não existir vínculo entre RCT e TVT foi utilizado em ação de execução movida pela Urbam, o que custou a entidade uma multa de 1% do valor da causa por "litigância de má-fé", determinada pelo juiz Celso Lourenço Morgado da 6ª Vara Cível de São Bernardo do Campo. Há documentos registrados em cartório em que a RCT e a TVT utilizam o mesmo CNPJ -uma espécie de RG de pessoas jurídicas.
Barbosa disse ainda que a RCT "nunca" usou servidores públicos. O processo movido por Márcia Gastaldi da Cunha era, segundo ele, sobre um contrato de uma produtora da radialista, que "realizou serviços para a RCT, em trabalhos contratados pela Contexto". O argumento também foi usado pela ONG na ação judicial movida por Márcia Gastaldi.
Sobre o endereço informado à Receita Federal e ao Ministério da Previdência, ele disse que foi o utilizado na fundação da RCT, "até ser extinta em 1995". Há registros de reuniões de 1996 em documento assinados por ele.
Barbosa amenizou a participação do presidente Lula na ONG. "A entidade era gerenciada apenas pela diretoria executiva."
O presidente do PT, Ricardo Berzoini, afirmou, por meio de sua assessoria de imprensa, que não iria comentar o assunto porque não saber o que é a RCT. A Folha informou ser uma entidade em que ele aparece como sócio-fundador, mas não houve um novo posicionamento.
A deputada federal Angela Guadagnin, ex-prefeita de São José dos Campos, disse que nada falaria por ser "um assunto requentado que aparece em todas as eleições".
O ministro do Trabalho, Luiz Marinho, afirmou nunca ter tido participação na TVT e, por isso, não poderia responder as questões enviadas.
A Folha enviou questionários para Lula, Gilberto Carvalho, Paulo Okamotto, Delúbio Soares e a Contexto, mas eles não se manifestaram.


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