MADRI - Em entrevista ao"El País" ontem, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que "não avançamos tão rápido como gostaria, mas pela primeira vez temos um crescimento econômico sustentável com razoável estabilidade econômica".
Para o jornal espanhol, Lula fez um balanço dos 17 meses de sua gestão. O presidente afirmou que não se pode, "em quatro anos, reparar os erros de 500 anos", mas também disse que "a tendência natural é que a cada ano as coisas melhorem, e muito". Para Lula, a maior decepção foi ter encontrado, quando assumiu a Presidência, "a máquina pública totalmente desestruturada", e uma situação econômica em estado "mais grave que imaginava".
Quando indagado se havia desapontado aqueles que votaram nele com "esperança", Lula afirmou: "Ainda não tivemos tempo para isso". "Sei da expectativa que criamos na sociedade brasileira e dos compromissos históricos com os mais pobres. Ao mesmo tempo, estou consciente da realidade que encontrei ao chegar ao governo."
Sobre a situação econômica, reafirmou a necessidade de "honrar os compromissos" e disse que o superávit não é suficiente para pagar os juros. Explicou que, se não fizesse assim, não estimularia estrangeiros e brasileiros a "investirem em nosso país", o que poderia prejudicar o desenvolvimento.
Sobre o Fome Zero, Lula disse que está consciente de que é "uma política de emergência". "Queremos criar condições para que a economia se fortaleça e permita gerar empregos".



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