LÉO GERCHMANN
DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE

A economista Dilma Vana Rousseff, 57, foi secretária de dois adversários políticos no Rio Grande do Sul: Olívio Dutra (PT) e Alceu Collares (PDT), ambos ex-prefeitos de Porto Alegre e ex-governadores. Para Olívio, Dilma é uma técnica bem qualificado e de extrema confiança. Para Collares, é ""uma traidora do PDT".
Dilma, adepta da luta armada, foi presa durante o regime militar e só recuperou seus direitos políticos com a Lei de Anistia, de 1979. Ingressou então no PDT.
Com a eleição de Alceu Collares para a Prefeitura de Porto Alegre, em 1985, ela foi nomeada secretária da Fazenda.
Quando Collares foi governador, Dilma dirigiu a Fundação de Economia e Estatística do Estado e a Secretaria de Energia, Minas e Comunicações.
Em 1998, Olívio Dutra (PT) foi eleito governador. Para recompensar o PDT, que apoiou sua candidatura no segundo turno, convidou Dilma para ocupar novamente a Secretaria de Energia, Minas e Comunicações.
Em 2000, porém, Alceu Collares (PDT) e Tarso Genro (PT) disputaram o segundo turno na eleição para a Prefeitura de Porto Alegre. Dilma se licenciou do PDT para apoiar a candidatura de Tarso e, em março de 2001, filiou-se ao PT, acompanhando o grupo dissidente liderado por José Vicente Brizola, filho de Leonel Brizola.
A ruptura valeu críticas ásperas dos pedetistas. Procurado ontem pela Folha, Collares disse não querer fazer "análises individuais", afirmando apenas que mantém "divergências" com Dilma. ""O ministério de Lula é todo ele formado por derrotados, e eles comprovaram sua incompetência e despreparo. [Dilma] Foi traidora do PDT. Não nos damos bem. Não quero opinar sobre ela. Isso, de ocupar a Casa Civil, não chega a ser uma promoção, pode ser uma destruição. O José Dirceu não agüentou", disse.
Em 2002, após a eleição de Lula para a Presidência da República, Dilma foi nomeada para o Ministério de Minas e Energia.


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