São Paulo, terça-feira, 21 de junho de 2005

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Conselho ouve hoje citados por Jefferson

DA AGÊNCIA FOLHA, EM BRASÍLIA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O Conselho de Ética da Câmara começa a ouvir hoje deputados citados no depoimento de Roberto Jefferson (PTB-RJ) sobre denúncias de corrupção no governo. O Conselho também tenta aprovar requerimentos para convidar integrantes do PT a prestar esclarecimentos sobre o suposto pagamento de mesada a deputados.
Os dois primeiros parlamentares a passar pelo Conselho, hoje, serão Carlos Alberto Leréia (PSDB-GO) e Miro Teixeira (PT-RJ). Leréia disse que a deputada licenciada Raquel Teixeira (PSDB-GO), atual secretária de Ciência e Tecnologia de Goiás, teria recebido proposta financeira para trocar de legenda e integrar a base do governo na Câmara.
No caso de Miro, segundo Jefferson, ele teria sido informado da existência do suposto esquema do "mensalão" em 2004. À época, Miro era ministro das Comunicações e filiado ao PDT. Em seguida, deixou o cargo para assumir a liderança do governo na Câmara.
A secretária do governo goiano será ouvida amanhã. Seu nome foi divulgado depois que o governador Marconi Perillo (PSDB-GO) revelou ter alertado o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre dois deputados goianos teriam sido abordados para trocar de partido em troca de dinheiro.
No mesmo dia, deverá ser ouvido o deputado Pedro Henry (PP-MT), acusado por Jefferson de ter recebido o suposto "mensalão".
O presidente do Conselho de Ética, Ricardo Izar (PTB-SP), disse que outros três deputados também deverão ser chamados para prestar depoimento ainda nesta semana. Na lista, estão os nomes de Sandro Mabel (PL-GO), Valdemar Costa Neto (PL-SP), José Múcio Monteiro (PTB-PE), Pedro Corrêa (PP-PE), Carlos Rodrigues (PL-RJ) e José Janene (PP-PR).
Segundo Izar, o ministro demissionário José Dirceu (PT-SP), que reassumirá amanhã seu mandato na Casa, deverá ser convidado pelo conselho. Dirceu deve depor também nesta semana na Corregedoria da Câmara, outra frente de investigação na Casa. Nesse caso, o depoimento é fechado.
A Corregedoria já ouviu três deputados e ouvirá o petebista amanhã, em seu apartamento.
Composto por 15 integrantes, o Conselho de Ética tem prazo de 90 dias para apresentar seu parecer sobre o pedido de cassação do mandato de Roberto, movido pelo PL. Já a Corregedoria investiga as denúncias de Jefferson sobre o suposto pagamento do "mensalão". Na prática, o resultado de ambas as investigações é a cassação ou não de mandatos.
O governo tenta evitar que figuras-chave do caso sejam chamadas a depor, entre elas o tesoureiro do PT, Delúbio Soares, o secretário-geral do partido, Silvio Pereira, e o secretário de Comunicação petista, Marcelo Sereno.
"O governo não vai conseguir blindar tanto porque é como uma represa: você vai tampando com o dedo, dá resultado amanhã, mas a médio e longo prazos, não", disse o deputado Gustavo Fruet (PSDB-PR), da comissão. (SILVIO NAVARRO E RANIER BRAGON)


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