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TODA MÍDIA
Nelson de Sá
Sem jogo
Foi um dia inteiro, mais o
fim de semana e a sexta, na
"expectativa", palavra recorrente ontem na cobertura.
Até que por volta das 19h30
começou a pipocar na Globo e
no restante a confirmação de
Dilma Rousseff na Casa Civil,
como adiantou a Folha.
E começaram as biografias
costumeiras de petistas, como
no "Jornal Nacional":
- Ex-guerrilheira, Dilma
atuou na clandestinidade.
Mas no meio da "expectativa"
sobraram registros críticos sobre aquela que, ao que se anuncia, chega ao posto mais alto de
uma mulher em Brasília.
Por exemplo, na entrada de
Fátima Bernades no fim da tarde, na Globo, sobre a demora na
confirmação da escolha:
- Parlamentares do PT e do
PMDB acham que o cargo devia
ser ocupado por pessoa com
mais trânsito no Congresso.
Da mesma Globo, no "Bom
Dia Brasil", de manhã:
- Segundo alguns ministros,
Dilma não viria com a mesma
força que José Dirceu.
Na Jovem Pan e CBN, quem
questionou foi o governador
gaúcho, o peemedebista Germano Rigotto, para quem "o perfil
da pasta devia ser político".
Bancada petista, presidentes
do Senado e Câmara -seriam
todos contra Dilma, por não ter
"jogo de cintura político".
Em lugar dela, só ontem, TVs,
rádios e demais especularam
com Marcelo Déda, Jorge Vianna, João Paulo Cunha, Tarso
Genro e até o presidente da Infraero, Carlos Wilson.
Nem o comentarista Franklin
Martins gostou, no "JN":
- Ela tem perfil técnico. Será
que Lula vai fazer a coordenação
política? Pelo menos até hoje,
sempre que pôde, ele deu sinais
de não ter paciência para ficar de
conversa com deputado.
O âncora Boris Casoy foi das
poucas vozes que aprovaram,
no "Jornal da Record":
- O fato de Lula ter escolhido
Dilma mostra que a Casa Civil
deverá, a partir de agora, ter um
perfil gerencial. Dilma Rousseff
é considerada, até pela oposição,
uma ministra eficiente... Talvez
seja considerada autoritária por
ser pessoa de princípios e por
defender o interesse público acima de quaisquer outros.
Além de Casoy, uma única voz
se ouviu ontem, durante todo o
dia e no "Roda Viva", à noite,
em favor da ministra.
Ao portal iG e outros sites, o
deputado Roberto Jefferson saiu
dizendo que a indicação é "um
gol de rasgar a rede" e que Lula
"já começa a acertar".
LINGÜIÇA
Já não começou bem o "Roda Viva", ontem na estatal
TV Cultura. O âncora Paulo Markun perguntou onde
Jefferson queria chegar e a reação foi: "Paulo, já cheguei".
Depois, ao ser perguntado sobre provas: "Eu tenho faro".
Se ele tem o que acrescer, deixou para uma outra ocasião.
E tome perguntas/comentários sem fim de Alexandre
"Vamos Sair da Crise" Machado.
No esforço de "live blogging", o Blog do Colunista, de
Ricardo Noblat, não demorou a concluir:
- Nada de novo até agora durante a entrevista. Ele
contou o que disse antes diante do Conselho de Ética.
Que, por sua vez, repetiu o que ele antes dissera em duas
entrevistas à Folha... Está tão à vontade no "Roda Viva"
que se deu ao luxo de provocar.
E o blog A Nova Corja, do coletivo Insanus:
- Não acrescentou absolutamente nada em relação ao
circo da semana passada. Eu devia ter ido assistir ao
"Homem-Aranha"... Quer conduzir o programa como
manipulou a Câmara há uma semana... O "Roda Viva"
enche lingüiça. Não compre o DVD desta entrevista.
UMA E OUTRA CPI
Reprodução
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Sessão da CPI, ainda vazia, ontem na Globo |
No "JN", "Jornal da Band" e nos demais, prosseguiam
ontem as canções italianas de Jefferson e as investigações
da Polícia Federal, mas a Globo dizia que "a CPI começa
a funcionar para valer nesta terça", hoje.
É palco para a oposição, por mais que o presidente do
PT e o relator do PMDB concentrem a cobertura. No
enunciado da Folha Online, "Oposição tenta ligar CPI
dos Correios a "mensalão'". No do "JN", "Oposição quer
ampliar a CPI dos Correios e investigar outras estatais".
Pefelistas e tucanos, que se esqueceram do Conselho de
Ética, buscavam marcar um "link" entre o esquema nos
Correios e o esquema do "mensalão".
@ - nelsondesa@folhasp.com.br
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